Nos Açores, o tema da pobreza e os assuntos que a envolvem sempre geraram muitas conversas e muita discórdia na opinião publica e também na publicada. Chegou a ser arma de arremesso político mesmo quando se ignorava a evolução positiva dos números.
Não pretendo esmiuçar os dados recentemente publicados e relativos a 2021 até porque eles simplesmente refletem aquilo que se sente e que já se vem alertando há algum tempo: os indicadores pioraram e já existem alertas para possíveis agravamentos do indicador de privação material e social já em 2022.
Mas não é só isso que os números dizem, os números também dizem que os Açores estão a divergir do caminho que as restantes regiões do País estão a fazer, os números também demonstram que em 2021 houve uma quebra completa com o percurso de evolução positiva que estava a ser feito na nossa própria Região.
É legítimo quando alguém acha que é pouco e que se poderia ter feito mais. Esse é um sentimento deveras importante para se prosseguir um bom caminho. É também legítimo quando se prefere ou se opta por um caminho diferente para este combate. Não temos de ter todos a mesma opinião. Contudo, discorde-se ou não das políticas que estavam a ser tomadas, a verdade é que os indicadores até 2020 mostram avanços significativos. Concorde-se ou não com as políticas adotadas e assumidas pelo atual governo, a verdade é que os indicadores mostram recuos significativos.
A minha intenção nesta crónica não é a da critica, até porque entendo que neste assunto importa muito mais a união de esforços. A minha intenção é somente a de aproveitar os factos que foram tornados públicos para, mais uma vez, demonstrar e alertar que assim não vamos lá!
(Crónica escrita para Rádio)