Opinião

Bafio

A estratégia não é nova e, tal qual a ideologia, exala um bafio velho e oxidado. Vivem do protesto fácil, da berraria constante. Alimentam-se da desinformação e da indignação. Em regra, dão respostas simplórias a problemas complexos. Usam as regras do jogo democrático com o confesso propósito de as subjugar. Dizem querer promover uma “limpeza” e recorrem ao insulto e à intimidação de todos quantos deles discordam. A História está repleta de exemplos dos riscos que comportam para as democracias e para as liberdades cívicas. Aqueles que, por mero oportunismo, preferem ignorar os sinais cada vez mais evidentes, que optam pelo silêncio quando é exigível a demarcação, ou que aceitam negociar apoios em troca de poder circunstancial, escolhem conscientemente, franquear as portas e legitimar um discurso populista e demagógico que, ainda assim, se esforça, sem sucesso, para ocultar a fonte da qual brota a iniquidade: ela vem de longe, das águas paradas de uma extrema direita que (re)aprendeu a infiltrar-se e, aos poucos, contamina as democracias europeias. Que Abril lembre o longo inverno que, outrora, nos impuseram para que não mais se repita.