Em 2026, Ponta Delgada será palco da iniciativa Capital Portuguesa da Cultura. Katia Guerreiro foi, esta semana, designada como comissária para liderar, entre nós, este projecto, o qual pretende afirmar-se “como um polo de atração cultural no país e no mundo”.
Neste sentido, é expectável que seja materializada a Estratégia Cultural de Ponta Delgada 2030, aprovada em dezembro de 2021, com o intuito de responder ao “diagnóstico do ecossistema cultural e criativo local”.
Na leitura das declarações (públicas) que secundaram este anúncio, parece persistir um equívoco (por parte dos decisores políticos) em torno dos objectivos e da oportunidade que esta iniciativa constitui.
Parafraseando Jesse James, a propósito do lançamento de um catálogo que celebra os 12 anos do Walk&Talk, é necessário contrariar o “desconhecimento do que é e de como funciona o setor (cultural e artístico), nas suas múltiplas existências” (Observador).
A Capital Portuguesa da Cultura não pode, nem deve ser encarada como um evento pontual, o que está (também) em causa não é (apenas) o programa mas, sim, o diálogo com toda a comunidade artística (que luta pela sua sobrevivência) e o caminho da sua consolidação (no pós-2026).