Sou daqueles que acha que há um equívoco persistente na nossa sociedade de que os jovens não se interessam por política. Aliás essa é uma noção muitas vezes desmentida por muitos acontecimentos que se vão sucedendo também no nosso País.
À medida que nos aproximamos das eleições europeias, a mim parece-me evidente que os jovens vão novamente desempenhar um papel fundamental no novo cenário político, desafiando mais uma vez essa errada perceção.
Enquanto alguns argumentam que os jovens estão apáticos em relação à política, a realidade é que, um pouco por toda a Europa eles estão se envolvendo de várias e novas maneiras também com impactos significativos.
Por exemplo, nas últimas eleições europeias, assistimos a um aumento da participação dos jovens, não só nas urnas, mas também em atividades partidárias ou em ações de reivindicação. Este acréscimo da envolvência dos mais jovens não é apenas uma resposta à importância das questões que estão em jogo, é também expressão de uma crescente consciencialização e capacidade de influenciar mudanças.
Acho que a ideia de que os jovens não se importam com a política, seja ela a que dimensão for, subestima por completo a sua inteligência. Os jovens estão preocupados com questões como as alterações climáticas, a justiça social, a igualdade de género, a sua educação, a sua situação laboral ou até as questões relacionadas com a habitação, ou seja, com questões que têm implicações diretas no futuro da sua geração.
Portanto, nestas eleições europeias é vital reconhecer e valorizar o papel dos jovens. Eles são agentes de mudança que merecem ser ouvidos. Ignorar as suas preocupações, os seus anseios e manter o foco nos mesmos assuntos de sempre será um erro.
(Crónica escrita para Rádio)