Os Açores, neste momento, encontram-se numa encruzilhada de oportunidades e desafios sem precedentes. Com o PRR, o aumento das receitas do Estado e o programa 2030, nunca houve tanto capital disponível para investir na Região. Contudo, o risco de se perder essa janela de desenvolvimento é alarmante porque o Governo Regional parece enfrentar dificuldades em concretizar e acelerar esses investimentos.
A Comissão de Acompanhamento do PRR nos Açores já deu o alerta várias vezes: os processos estão atrasados. E não estamos a falar de simples burocracias, mas de investimentos que poderiam transformar a economia e a sociedade açoriana, promovendo um crescimento sustentável e uma adaptação às novas realidades ambientais e digitais. A ineficácia na execução destes fundos coloca a Região numa situação de duplo perigo.
Primeiro, pelo risco de devolver verbas preciosas que deveriam ser aplicadas na melhoria da qualidade de vida dos açorianos. Segundo, pela possibilidade de se perder uma oportunidade única de resolver problemas estruturais e posicionar os Açores num futuro mais resiliente.
A falta de impulso neste processo reflete, não apenas uma incapacidade governativa, mas também a necessidade de reavaliar prioridades e estratégias. O Governo Regional deve encarar esta situação com máxima urgência, acelerando os processos de execução e assegurando que as verbas se traduzem em benefícios concretos para as nove ilhas. Caso contrário, o PRR e os outros fundos disponíveis poderão tornar-se uma oportunidade perdida. Daquelas que dificilmente voltam!
Os açorianos merecem ver este potencial transformado em progresso. O que está em jogo é o futuro da Região e, portanto, cada euro não investido será uma falta de responsabilidade com consequências por gerações.
(Crónica escrita para Rádio)