O Porto da Horta, desde os primeiros tempos do povoamento, tornou-se um importante ponto de escala para as frotas que cruzavam o Atlântico. Os navios que seguiam para o Novo Mundo, bem como aqueles que retornavam à Europa, frequentemente paravam na Horta para reabastecimento e reparações. Em 1876, foi inaugurado o primeiro molhe do porto, que oferecia uma proteção contra as tempestades atlânticas e facilitava as operações de carga e descarga de mercadorias.
A partir da década de 1950, a Horta tornou-se um ponto de paragem obrigatório para os iates e para os veleiros que atravessavam o Atlântico. Este novo tipo de tráfego contribuiu para a diversificação económica da cidade da Horta. A construção de uma marina moderna, na década de 1980, consolidou a reputação da Horta como um dos melhores portos de recreio do Atlântico.
Atualmente, é imperiosa a necessidade de melhorar as condições do Porto da Horta, separando as diversas atividades portuárias (comércio, pescas, atividades marítimo-turísticas e recreio), tendo em vista a melhoria das condições de segurança de utentes e trabalhadores, assim como, da operacionalidade de cada sector.
No que às Pescas diz respeito, há que melhorar as condições de descarga e garantir a qualidade dos produtos descarregados, ampliando a frente de acostagem disponível e com condições de abrigo favoráveis para as suas embarcações.
Anualmente, temos dezenas de veleiros e iates a divergirem para outros portos pela falta de espaço na nossa Marina, pelo que, importa ampliarmos a lotação desta importante infraestrutura, sob pena de continuarmos a perder visitantes ano após ano.
Torna-se igualmente fundamental melhorar as condições de estacionamento em terra para as embarcações, inclusive para a execução de pequenas reparações. Também, uma oportunidade de negócio que temos vindo a adiar com a impossibilidade de invernagem de embarcações.
Apesar da propaganda promovida, desde 2021, pela Portos dos Açores e pela Câmara Municipal da Horta em torno do suposto Parque de Invernagem e Reparação Naval, a instalar junto ao campo da Doca, o que os faialenses podem observar hoje, ao visitar o local, é uma obra inacabada, sobre a qual se continua a desconhecer qualquer projeto, calendário para a sua concretização, capacidade para quantas embarcações, infraestruturas e serviços a serem instalados, logística de transporte das embarcações, entre outras dúvidas que se acumulam sobre este assunto.
Na verdade, a única ação de relevância que se conhece por parte deste Governo Regional em relação ao Porto da Horta, é uma cerimónia de inauguração do novo edifício de apoio às atividades marítimo-turísticas que, por sinal, já se encontrava em fase de conclusão, uma vez que, foi iniciado ainda no decurso do período de governação do Partido Socialista.
Registo com tristeza, a inércia e a ausência de estratégia do Governo Regional para uma infraestrutura portuária como o Porto da Horta. Uma apatia que se traduz em prejuízos para a ilha do Faial e para os Açores, impedindo a criação de emprego e o desenvolvimento de dinâmicas sociais e económicas que contribuam para a criação de riqueza e para a fixação de pessoas – aspetos cruciais nos tempos que correm - assim como, a melhoria das condições laborais dos pescadores e dos profissionais das empresas marítimo-turísticas.