Alexis de Tocqueville, a quem surripiei o título, não me deixará dizer que o povo tem sempre razão. Se assim fosse, os derrotados deviam ir à sua vida, in casu cobertos de alcatrão e penas...
Mas tenho por coisa sagrada que o povo é quem mais ordena. Há contradição? Nenhuma. O Povo manda, não por ter (sempre) razão, mas por ser "o dono disto tudo"; porque a questão não é de razão, é de legitimidade. E o povo soberano escolhe, porque sobre ele recairão as consequências dessa escolha, e a dignidade humana fundará a correspetiva responsabilidade. E a soberania do povo deve exercer-se de forma provisória, porque em democracia nada deve ser nem hereditário, nem sequer vitalício - e as regras do jogo devem estar para além dos caprichos da maioria que está!
Trump voltou, e ninguém foi ao engano! Sabe-se das suas mentiras e das suas trafulhices, empresariais e políticas; está indiciado por mais de 30 crimes; o seu papel na tentativa de golpe de Estado no 6 de janeiro é evidente; o seu autoritarismo é gostosamente exibido e o seu processo de decisão é egocêntrico, infantil, caprichoso e mal informado; prometeu, em caso de regresso o exercício de vendetta para com opositores e adversários, que no seu primarismo tem por inimigos...
Juntaram-se os deserdados da globalização, os confundidos com a igualdade de género, os que acabaram de chegar mas chegaram primeiro... primeiro pensam defender-se recebendo os novos à faca, no caso, a tiro! A Democracia, se calhar, não faz assim tanta falta, será uma espécie de jogo de salão para uns "illuminati", e é melhor proteger o pão nosso de cada dia da concorrência da velha China e dos europeus de olhos em bico... ou será ao contrário? É que a "high school" já lá vai!
Para a velha europa, o seu Presidente indigitado já disse, com delicadeza: é uma oportunidade!