Opinião

Compromissos gorados

Tivemos, na semana passada, a aprovação do Plano e Orçamento para 2025, resultando na certeza de que muitos investimentos importantes para o Faial continuarão por se concretizar.

Registei, com estupefação, o chumbo de propostas fundamentais para o Faial, nomeadamente a reabilitação da estrada regional 1-1a, que liga o aeroporto da Horta à variante da cidade da Horta, a requalificação das Termas do Varadouro, o reforço da proteção costeira na Feteira, a 2.a fase da Escola Básica e Integrada da Horta e as obras no Museu da Horta e na Casa Manuel de Arriaga; infelizmente, os deputados social-democratas faialenses foram coniventes com esta rejeição.

Estes são investimentos essenciais para a nossa ilha e que foram sucessivamente propostos pelos deputados do PSD/Faial em anos anteriores, revelando a falta de coerência na sua postura e uma subserviência a Bolieiro e à coligação no poder.

O Plano aprovado evidencia que os investimentos em curso na ilha do Faial se limitam àqueles previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), elaborado pelo anterior Governo do Partido Socialista, como a segunda fase da variante à cidade da Horta e o Tecnopolo MARTEC. Com exceção das obras no hospital da Horta, não temos nada de novo para a nossa ilha.

Os compromissos, anteriormente reivindicados e assumidos como prioridades para o Faial, não passam de meras promessas eleitorais, como são exemplos a conclusão das obras de reabilitação da Estrada Regional que liga o ramal da Caldeira à Ribeira Funda, bem como do troço entre o aeroporto e a cidade da Horta, as obras da segunda fase da EBI da Horta e a reabilitação da Trinity House, as Termas do Varadouro, o reordenamento do Porto da Horta, o Solar e a Ermida da Quinta de São Lourenço, a reabilitação do Castelo de São Sebastião e o reforço da proteção costeira, a sede do Clube Naval da Horta, as ligações aéreas com Lisboa que em vez de melhorarem, pioraram - passamos de 10 para apenas 9 ligações. Alguns destes investimentos estão incluídos na proposta de Plano e Orçamento para 2025, mas com verbas muito baixas, o que significa que não passam do papel... e, mesmo assim, assistimos a uma passividade dos decisores políticos locais, com especial ênfase para o Presidente da Câmara, porque ele próprio foi protagonista de muitas destas promessas e das propostas que agora foram rejeitadas, quando desempenhava funções como deputado eleito pelo Faial.

Tudo isto afeta a confiança dos faialenses e reforça a minha convicção de que o Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM não tem nem a capacidade nem a intenção de cumprir com as promessas feitas para o Faial.

No passado, enquanto oposição, criticavam e responsabilizavam constantemente o Partido Socialista pelo incumprimento de promessas e pela falta de concretização de importantes investimentos, alegando falta de vontade política. Hoje, apesar de estarem no poder e terem a oportunidade de realizar essas obras, continuamos sem nenhuma garantia de que isso se tornará realidade, num futuro próximo.