No comício realizado ontem à noite, na freguesia de Água de Pau, o Presidente do PS/Açores congratulou-se com a medida de Bruxelas, de interdição da pesca de arrasto entre as 100 e as 200 milhas. Mas César diz que é preciso mais e promete um Executivo açoriano forte, já que o Governo da República é “fraco a defender a pesca.”
Carlos César prometeu ontem que “o Governo do PS vai continuar a lutar por melhor fiscalização das nossas águas, e vai continuar a lutar para que também não seja possível praticar entre as 100 e as 200 milhas a pesca com rede de fundo.” O compromisso foi assumido na festa comício que teve lugar em Água de Pau, perante várias centenas de pessoas, que não arredaram pé do Polidesportivo da freguesia, apesar da chuva miudinha que se fazia sentir. O estado adverso do tempo mereceu mesmo um reparo do líder socialista, que afirmou que “mesmo quando a chuva aparece, vence sempre a força do PS.”
Num discurso em que abordou essencialmente o sector das Pescas, César quis manifestar a sua satisfação “pela interdição que hoje foi feita pela União Europeia da pesca de arrasto entre as 100 e as 200 milhas.” No entanto, e porque, como considerou, isso não é suficiente, prometeu que o próximo Governo socialista dará especial atenção à protecção dos recursos marinhos dos Açores e dos profissionais da pesca da Região.
“Se temos um Governo da República que é fraco a defender a pesca em Portugal, temos que ter nos Açores um Governo Regional forte, a defender os nossos pescadores e os seus direitos”, afirmou.
Para tal, comprometeu-se a melhorar as condições dos portos de pesca da Região. Nesse sentido, depois dos portos Rabo de Peixe e da Ribeira Quente e do núcleo de pescas de Ponta Delgada, terão início “já esta semana” a construção de casas de aprestos no porto da Caloura, a que se seguirá a ampliação daquele porto.
No comício que marcou “a recta final desta campanha eleitoral”, um líder socialista confiante numa vitória expressiva do PS/Açores fez questão de apelar à mobilização de todos quantos acreditam no projecto socialista para irem votar no dia 17, até porque, como disse, “os votos não caem do céu, nem vêm de avião, como os ministros”, numa alusão às frequentes deslocações de membros do Governo da República para participarem nas acções de campanha da Coligação de direita.
Apesar de tudo, Carlos César considerou a presente campanha eleitoral “um verdadeiro exercício da democracia”, fazendo, no entanto, votos para que a mesma “não degenere para os ataques pessoais, para as cartas anónimas e para outras cobardias que, pela calada, se andam a fazer nos Açores.”
Outro compromisso assumido no comício de ontem pelo líder do PS/Açores foi o de “estabelecer contratos prospectivos de desenvolvimento” com vários parceiros sociais, em áreas tão diversas como a Agricultura, o Turismo, a Educação e o Ambiente.
“Queremos que essa contratualização para os próximos quatro anos permita que, em todos os sectores, os agentes económicos, os agentes sociais, os agentes educativos, os agentes ambientais, os agentes associativos possam ter uma capacidade de previsão da evolução das nossas políticas, todos possam falar a uma só voz e todos possam saber com que contam”, explicou Carlos César, para logo criticar a Oposição. “Os Açores precisam de estabilidade. Os Açores não precisam de um Governo em “zig-zag” e, muito menos, de um Governo da Coligação, onde um partido puxa para um lado e outro partido puxa para o outro”, disse.
Respondendo, de certa forma às promessas da Coligação, neste particular na área da Habitação, Carlos César aproveitou a oportunidade para comparar o trabalho desenvolvido pelos Governos do PS nos últimos oito anos e aquilo que havia sido a prática dos Executivos do PSD. “Enquanto os governos regionais do PSD apoiaram 2.348 habitações, em vinte anos, os Governos do PS, em oito anos, apoiaram 12.600 famílias para terem a sua habitação”, disse o Presidente do PS/Açores.
“Com a Coligação, o futuro tem sabor do passado, e com o Partido Socialista, o presente já tem o cheiro do futuro”, rematou o líder socialista.