"Não foi esta sala que, na sexta-feira passada, o PSD não conseguiu encher?", perguntou Carlos César a mais de quinhentos militantes e simpatizantes que tornaram pequeno o salão da Casa do Povo da Beira, em S. Jorge, a ponto de se ter improvisado um novo espaço, numa sala do primeiro andar, para tornar possível o jantar a mais gente
E o presidente do PS/Açores, respondendo com um "foi" à sua própria pergunta - e arrancando uma enorme salva de palmas, - acrescentou que o PSD, "de tanto falar na crise, de tanto querer uma crise nos Açores, de tanto apelar à crise, afinal a primeira vítima da crise parece ser mesmo a primeira vítima da crise e em São Jorge".
Afirmando que uma sala assim tão cheia constituía um estímulo e um sinal claro do entusiasmo e da motivação da candidatura socialista em S. Jorge, prestou homenagem aos militantes de longos anos - cujo contributo para a vitória que se avizinha foi decisivo - e frisou a importância da adesão de independentes, ou mesmo de antigos simpatizantes de outros partidos, ao projecto do PS, "o partido dos socialistas e dos não socialistas que colocam em primeiro lugar os interesses dos açorianos".
Perante uma plateia entusiasmada, Carlos César garantiu que no Partido Socialista não se sofre de falta de democracia, nem há medo dela.
"Quem tem medo desta democracia e quem não gosta desta democracia que dá força e liberdade ao Partido Socialista são os que estão a perder, sucessivamente, o seu eleitorado, e são aqueles que vão perder as eleições no próximo dia 19", sublinhou.
Dirigindo-se aos lideres dos restantes partidos, particularmente ao Dr. Costa Neves, disse que não tenha medo da nossa democracia, nem meta medo às pessoas com a nossa democracia, porque, com a vitória do PS, todos serão beneficiados nos Açores, a começar por todos aqueles que, não sendo socialistas, vivem em paz e integrados numa sociedade democrática que não pergunta a ninguém qual é o seu partido para o considerar um açoriano de corpo inteiro.
A concluir a sua intervenção, Carlos César criticou a falta de verdade de algumas afirmações e propostas de outros partidos, exemplificando com a promessa de baixar a taxa de IRS em 30%, como se não houvesse já uma redução de 25%.
"É preciso falar a verdade, é preciso retirar a velhacaria da política, é preciso respeitar os destinatários do nosso discurso e dos nossos compromissos. Essa também é uma diferença entre o Partido Socialista e outros partidos nesta eleição. Nós não precisamos de faltar à verdade, nós não queremos faltar à verdade. A verdade é mais do que suficiente para uma grande vitória do Partido Socialista", disse.
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