O candidato do PS às eleições europeias, Capoulas Santos, destacou hoje o poder de co-decisão que o Parlamento Europeu deve passar a ter nas áreas da Agricultura e Pescas, dois sectores de grande importância para os Açores.
“O Tratado de Lisboa pode ter alguns aspectos negativos, mas tem muitos positivos, caso dos poderes de co-decisão que vão ser atribuídos ao Parlamento Europeu, em pé de igualdade com o Conselho, em matérias relacionadas com a Agricultura e as Pescas”, destacou o número três da lista nacional do PS.
Capoulas Santos, acompanhado de Luís Paulo Alves, falava após uma reunião com a Federação das Pescas dos Açores, no início de uma deslocação de campanha aos Açores para as eleições do próximo domingo.
Segundo disse, em matéria de Pescas, os futuros deputados europeus vão passar a ter poderes acrescidos de decisão final e é, por isso, “importante que tenhamos deputados portugueses que conheçam a realidade portuguesa muito bem, assim como as especificidades dentro do país”.
“É por isso que o Partido Socialista tem, nos Açores, um candidato com conhecimento da realidade e do sector num lugar francamente elegível”, destacou Capoulas Santos.
No final do encontro com a Federação das Pescas, Capoulas Santos salientou que, para que o trabalho possa ser positivo em Estrasburgo, é necessária uma ligação muito forte com os destinatários das políticas, nesse caso os pescadores e os seus representantes.
“Devo dizer que registo com apreço a posição responsável e construtiva da Federação das Pescas dos Açores”, disse Capoulas Santos, para quem “não basta um deputado português, na campanha eleitoral, afirmar que vai fazer isto ou aquilo” para que os problemas se resolvam.
“Não basta proclamar, alto e em bom som, o que gostaríamos que acontecesse. Vai ser necessária capacidade de influenciar para aprovar as medidas em benefício de Portugal e da Região Autónoma dos Açores”, defendeu o candidato socialista.
“Estou convencido que vamos ter condições para isso, se tivermos apoio da retaguarda, o que pressupõe uma relação frequente e intensa com os pescadores, armadores, associações ambientalistas e universidades” considerou Capoulas Santos, que permanece dois dias em campanha nos Açores.
Após o encontro, que decorreu em Ponta Delgada, Luís Paulo Alves defendeu a introdução de um regime de acesso às zonas de pesca dos Açores, que devem ser geridas de acordo com os recursos existentes.
“A reintrodução da gestão da pesca pelos territórios pode conferir para a própria União Europeia um mecanismo de sustentabilidade futura dos recursos e das comunidades piscatórias”, alegou o candidato indicado pelo PS/Açores.
Segundo afirmou, estas batalhas são sempre difíceis, mas “valem a pena travar em prol das gerações futuras dos Açores”.