O deputado socialista, José San-Bento, defendeu hoje que a Base das Lajes tem um papel central na valorização estratégica do arquipélago e que a defesa dos trabalhadores portugueses constitui uma prioridade para o Governo dos Açores e para o Partido Socialista.
“É óbvio que, nesta valorização estratégica dos Açores, a Base das Lajes tem um papel central e uma função primordial”, adiantou o parlamentar socialista, que falava no plenário na cidade da Horta, na sequência de uma intervenção do PSD.
Para a bancada socialista, é assim uma prioridade a defesa dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores, assegurou José San-Bento, para quem a intervenção de hoje do PSD “é um pouco como os programas de discos pedidos, em que, àquela hora do dia, a música é sempre a mesma”.
Segundo disse, a participação da Região nos processos negociais está prevista e definida e acontece de uma forma normal e regular, ao “contrário dos tempos em que Mota Amaral e Cavaco Silva lideravam os destinos dos Açores e de Portugal”.
Sobre a eventual utilização da base portuguesa como campo de treino para novos aviões norte-americanos, o deputado do PS/Açores lembrou que se trata de uma questão que foi sujeita a um estudo técnico das entidades militares.
Assegurou, porém, que está em causa a utilização da infra-estrutura militar da ilha Terceira para treino de caças com armamento de natureza electrónica.
“Não estamos a falar, como alguns partidos aqui disseram, de bombas, explosões e de simulação de guerra com armas reais. Isto está completamente fora do cenário”, afirmou José San-Bento.
Relativamente aos aumentos salariais dos portugueses que trabalham para os militares norte-americanos, o parlamentar socialista adiantou, ainda, que a solução encontrada tem uma aplicação directa e muito clara.
“Não é verdade que esta questão implique uma redução objectiva de direitos e de regalias dos trabalhadores”, disse.
Durante o mesmo debate, o líder parlamentar do PS/Açores realçou que a melhor maneira do PSD/Açores defender o Acordo de Cooperação e Defesa assinado entre Portugal e os Estados Unidos passa por não colocar em causa as novas valências para a Base da ilha Terceira.
“O senhor deputado se quer defender o Acordo deve, como posição de princípio, defender, também, novas valências para a Base das Lajes, sem prejuízo de se acautelar as questões ambientais e de segurança dos Açores e da ilha Terceira, em especial”, conclui Hélder Silva.