O cabeça-de-lista do PS/Açores às eleições legislativas desafiou hoje os candidatos do PSD/Açores a explicarem aos açorianos como é que aceitaram que o Programa Eleitoral social-democrata preveja a “grande injustiça” de tratar as duas regiões autónomas da mesma forma, no âmbito da Lei de Finanças Regionais.
“Tendo sido apresentado o Programa Eleitoral, caiu a máscara do PSD neste momento. Relativamente aos Açores, é possível verificar que o PSD de Manuela Ferreira Leite é contra” a discriminação positiva em relação à Madeira prevista na Lei das Finanças Regionais, afirmou Ricardo Rodrigues.
Perante isso, o “drº Mota Amaral e o drº Joaquim Ponte têm de explicar aos açorianos como é que aceitam que, no seu programa eleitoral, possam ter uma discriminação desta natureza e que os Açores voltem muitos anos atrás”, desafiou o candidato socialista.
“Nós não aceitamos isso”, garantiu Ricardo Rodrigues, ao assegurar que, “com o Partido Socialista, a discriminação continua a ser a favor dos Açores”, tendo em conta a dupla insularidade a que as ilhas açorianas estão sujeitas.
Para o cabeça-de-lista do PS/Açores, os Açores têm uma realidade completamente diferente da Madeira, já que a insularidade dentro do próprio arquipélago obriga a custos acrescidos em várias áreas, como os transportes e saúde.
“Eu não acredito que haja um único português que, conhecendo as duas realidades, possa achar que os Açores têm de ser tratados da mesma forma do que a Madeira”, afirmou Ricardo Rodrigues, à margem de um encontro que manteve hoje com a Associação Agrícola de São Miguel.
“A drª Manuela Ferreira Leite, ao por isso no programa do PSD, vai criar uma grande injustiça para os açorianos e eu, que tinha dúvidas e suspeitas, vou querer saber agora o que os candidatos açorianos do PSD querem fazer com os Açores”, concluiu.
Ricardo Rodrigues defende manutenção das quotas leiteiras
Após o encontro com a Associação Agrícola de São Miguel, que representa um sector muito importante para os Açores, o candidato socialista salientou que mantém a convicção que o regime de quotas leiteiras é um bem para os Açores, mas também para a Europa, e que o Governo da República deve pugnar, no Conselho Europeu, para que este regime se mantenha.
“Seria uma autêntica catástrofe se deixássemos de ter as quotas de produção de leite, porque aumentaria a produção para níveis muito elevados e o preço desceria vertiginosamente, o que é incompatível com a sobrevivência destas explorações agrícolas”, alegou.
Adiantou, ainda, que a reunião de hoje com os representantes dos agricultores micaelenses inseriu-se nos contactos normais desenvolvidos com uma instituição que representa um importante sector para os Açores e destacou a “comunhão de pontos de vista” entre as duas partes.