O líder do PS/Açores afirmou, sexta-feira à noite, que a obrigação de um autarca socialista é sempre a defesa do seu concelho, ao contrário de presidentes de câmara do PSD, que usam as autarquias como “partidos da oposição” ao Governo Regional.
“Eu não quero que nenhuma câmara do PS esteja a exercer o seu poder pensando no Partido Socialista ou em defender o Governo Regional. A obrigação de um autarca socialista é defender o seu concelho e a sua população, mesmo que isso implique não defender, em determinada ocasião, o Governo Regional”, afirmou Carlos César.
O Presidente do PS/Açores falava na apresentação da recandidatura de João Ponte a Presidente da Câmara Municipal da Lagoa, uma cerimónia que encheu o teatro da vila da ilha de São Miguel.
“A nossa função não é como o PSD, que usa as câmaras municipais como se fossem partidos de oposição ao Governo Regional”, realçou Carlos César, para quem é “muito importante a cooperação entre a Câmara Municipal e o Governo Regional” para benefício das populações.
Segundo disse, o Partido Socialista tem deixado uma grande marca nos Açores, que é o sinal desta campanha para as eleições autárquicas: “o nosso trabalho deve procurar unir e não dividir, não é contra ninguém mas a favor do que é preciso fazer e deve ser sempre alterado, com humildade, sempre que tal se justifique”.
“Deve ser um trabalho que se diferencie da forma de agir da actual liderança do PSD/Açores, que está cheia de arrogância, sedenta de vingança e intolerante perante qualquer situação ou crítica”, denunciou Carlos César.
Para o líder dos socialistas açorianos, “humildade, capacidade de trabalho, honestidade, transparência e isenção” são os objectivos e as qualidades que devem diferenciar os candidatos do PS dos seus adversários políticos.
“Se ocorre um problema com uma família que implique o seu realojamento imediato, um presidente de câmara socialista resolve o problema ou faz com que o Governo o resolva no mesmo dia. Se for um presidente de câmara do PSD, a maior parte deles o que faz não é resolver o problema, mas chamar a televisão”, afirmou.
Quando está envolvido um autarca socialista, “estamos a tentar resolver um problema. Quando está envolvido um autarca do PSD, na maior parte das vezes, ele é o problema que nos impede de resolver o verdadeiro problema em causa”, alertou o Presidente do PS/Açores.
Anunciou, ainda, que o Governo está a planear uma secção destacada, no âmbito do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, permitindo que o concelho da Lagoa tenha uma assistência directa, garantias de maior segurança e uma capacidade de prontidão melhorada em relação à situação actual.
Na apresentação de João Ponte, adiantou, também, que o Governo vai lançar o concurso público, em Outubro, para a reabilitação da estrada entre o Pópulo e a Lagoa, numa extensão de 4,5 quilómetros e que representa um investimento de 1,7 milhões de euros.
Além disso, o Governo dos Açores está em fase de abertura dos procedimentos para o concurso da empreitada da Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Água de Pau, “uma obra de referência para o sistema educativo nos Açores e um exemplo da excelente colaboração entre a Câmara Municipal e o Governo Regional do PS”.
“Ainda será lançado este ano o concurso para um dos maiores projectos de investimento nos Açores, neste momento”, disse Carlos César, referindo-se ao Parque Tecnológico de São Miguel, que o Governo Regional escolheu ficar na Lagoa, “graças ao trabalho de atracção realizado pela autarquia e, uma vez mais, à cumplicidade entre o presidente João Ponte e o Governo Regional”.
Gestão de Sócrates permitiu que Portugal não esteja falido
Carlos César abordou, ainda, as eleições legislativas de 27 de Setembro, para destacar a sua importância para o futuro, a qualidade e forma de exercício das Autonomias Regionais.
“Se não fosse o cuidado e rigor das políticas de contenção e gestão das finanças públicas, promovidas na primeira fase deste mandato do Governo da República, não teria sido possível reservar meios financeiros para contrariar a tendência de desagregação social e para ajudar as pessoas que caem no desemprego e para recuperar muitas empresas”, assegurou.
De acordo com o líder do PS/Açores, graças à “qualidade do trabalho que foi desenvolvido pelo Governo do engenheiro Sócrates em Portugal, que nem sempre foi compreendido, foi possível ter as reservas financeiras para que Portugal não estivesse hoje falido como outros países faliram, sendo da União Europeia”.
“Pode-se discordar do Governo da República, mas uma coisa é clara, à acção do Governo de José Sócrates deve-se esta capacidade que tem de combater os efeitos terríveis desta crise económica internacional”, afirmou Carlos César, ao destacar, também, os avanços obtidos pelas Autonomias nesta legislatura.
“Do nosso lado esteve José Sócrates. Contra os Açores esteve e, certamente que estará no futuro, Manuela Ferreira Leite”, concluiu.