Face às diversas notícias recentes sobre a situação da Agricultura e do sector cooperativo na Ilha de São Jorge, o Grupo Parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores adianta que:
• Em 2000, foi iniciado o processo de reestruturação e de saneamento financeiro das cooperativas de São Jorge, que passou pela redução do número de queijarias e por cinco milhões de euros de dívida bancária consolidada, com prazo de reembolso de 10 anos, com carência nos primeiros cinco anos.
• Recorde-se que, antes deste processo se iniciar, a produção de leite e queijo na ilha encontrava-se num estado de “morte anunciada”, com muitos produtores de leite sem receberem as verbas referentes à entrega de matéria-prima por incapacidade financeira e económica das cooperativas.
• Na sequência de um acordo celebrado em 2007, a cooperativa Lourais – que se encontrava numa situação difícil – transferiu a comercialização do seu queijo para a UNIQUEIJO, o que permitiu harmonizar a oferta e estabilizar os preços praticados no mercado, com as vantagens inerentes a todo o sector.
• No segundo semestre de 2008, o Governo Regional dos Açores assinou um protocolo de cooperação financeira com a Lourais, que lhe permitia recuperar os atrasos de pagamento a lavoura, através da disponibilização de apoios idênticos aos oferecidos às restantes cooperativas, desde o ano 2000.
• Perante isso, o Grupo Parlamentar do PS/Açores está em condições de garantir que, desde 2000 e até hoje, todos os compromissos assumidos pelo Governo Regional dos Açores, no âmbito do processo de reestruturação da fileira do leite em São Jorge, foram total e atempadamente cumpridos, incluindo os que foram assumidos com a cooperativa Lourais em 2008.
• A verdade histórica obriga a que se diga que a reestruturação do sector na Ilha de São Jorge viabilizou a produção de queijo que estava em risco antes do Governo Regional dos Açores ter assumido e liderado este processo.
• Actualmente, São Jorge tem três novas queijarias inauguradas em 2009, a comercialização de queijo, nos últimos anos, cresceu 16 por cento e o queijo certificado aumentou 15 por cento.
• Ao contrário do que se verificou com os restantes produtos lácteos, o volume de vendas de queijo de São Jorge cresceu dois por cento em 2009 relativamente a 2008, apesar da estratégia de não redução de preços de mercado.
• De salientar, ainda, que o preço do leite praticado na Ilha de São Jorge é o mais alto dos Açores e que o stock de queijo existente é, praticamente, idêntico ao dos anos anteriores, sendo que o crescimento verificado na produção (+3,2%) é quase anulado pelo crescimento das vendas (+2%).
• O Governo Regional dos Açores jamais assumiu a responsabilidade de gestão das cooperativas, as quais têm hoje mais queijo comercializado com o mesmo leite produzido, mais queijo certificado, melhores condições de fabrico e de armazenagem e mais apoio à armazenagem.
• A construção de postos de leite é da iniciativa das cooperativas, cabendo ao Governo Regional dos Açores aprovar e comparticipar os projectos, quando estes são apresentados.
Perante este histórico e factos aqui relatados, o Grupo Parlamentar do PS/Açores lamenta que alguns partidos políticos tentem deturpar o trabalho feito pelo Governo Regional dos Açores, mas, acima de tudo, o trabalho desenvolvido por muitos produtores e dirigentes cooperativos para produzirem um dos melhores produtos da Região.
A tentativa de criar confusão neste processo vai ao ponto de se falar sem conhecimento de causa, como é o caso do CDS/PP, que já está a criticar o resgate leiteiro mesmo antes de conhecido o seu resultado e as candidaturas à reserva, esquecendo que será menos o leite levado a este resgate do que a quantidade pedida para aumento de quota.
O Grupo Parlamentar do PS/Açores faz questão de deixar uma palavra de incentivo aos produtores de leite da Ilha de São Jorge que, diariamente, entregam a matéria-prima que produz o mais afamado queijo dos Açores, importante fonte de riqueza e de emprego na ilha.