O líder do PS/Açores, Carlos César, assegurou hoje que o Partido Socialista vai apostar num novo impulso que garanta uma reacção rápida aos efeitos da crise internacional nos Açores e que lhe assegure as condições para vencer as próximas eleições regionais.
“Esta minha candidatura tem quatro grandes objectivos. Em termos gerais, de contribuir para um impulso no interior do PS que promova uma reacção rápida, para que, durante este ano, seja possível aos Açores se libertarem da crise económica e social em que estão incluídos, no âmbito da crise internacional”, disse Carlos César.
O Presidente do PS/Açores falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, depois de ter votado nas eleições internas que estão a decorrer, este fim-de-semana, em todas as secções do partido nas nove ilhas do arquipélago.
Segundo afirmou, em segundo lugar, a sua recandidatura pretende “promover uma reflexão, com um carácter mais amplo, que transmita inovação e sentido de mudança ao projecto e ao modelo de desenvolvimento”, a médio prazo, para os Açores.
“No plano partidário, dar ao Partido Socialista um impulso, também, no sentido da sua renovação, em termos humanos e de ideias, assim como iniciar a preparação da vitória do partido nas próximas eleições regionais”, salientou Carlos César, que preside ao PS/Açores desde 1994.
Em declarações à comunicação social, o líder dos socialistas açorianos adiantou, ainda, ser “fundamental, de um ponto de vista geral, que o PS tenha muita atenção na sua actividade governativa e na sua actividade partidária”.
“Nós devemos redobrar energias no sentido de combater todos os aspectos que possam precarizar o nosso projecto político nos Açores”, defendeu Carlos César, ao salientar que “temos de ser corajosos contra a banca que não empresta e que, assim, impede que haja desenvolvimento e que não compreende que sem desenvolvimento acaba por não ganhar dinheiro”.
“Como também temos de ser corajosos no sentido de não permitir que aqueles que nomeamos ou que mantemos na administração, seja a que nível for, se paralisem, se deixem dominar pela inércia, não tenham criatividade e imaginação e que julgam que estão nestes cargos por providência divina”, disse.
Adiantou, também, que está convicto que o Congresso vai transmitir este novo impulso, porque o PS é o único partido nos Açores que pode ser o líder desta mudança.
“Nós não esperamos nada do PSD. O que eu vejo na liderança do PSD é um discurso tipo “Miss Universo”, com o balanço do Coliseu, os próximos bailados e bailes de Carnaval e a mudar nomes de ruas. Bem, isso não dá pão aos açorianos e não adianta nada quanto ao nosso desenvolvimento e quanto à resolução da crise”, afirmou Carlos César.
Reafirmou ser indispensável uma grande renovação no próximo Congresso, que “não é para ver o calendário passar, nem para brincadeiras”, alegando que “há uns que têm de continuar a sair. Há outros que têm de continuar a entrar”.
Açores são exemplo nacional de gestão pública
Questionado sobre a Lei de Finanças Regionais,
Carlos César salientou que tem tido a contenção adequada neste processo de revisão, tendo em conta que o país atravessa uma situação difícil.
“Não há partido que não fale da necessidade da contenção financeira e da despesa pública. Os Açores são um exemplo disso a nível nacional, o que tem sido evidenciado no debate a propósito de como se faz despesa pública nas duas regiões autónomas”, afirmou o Presidente do PS/Açores.
Destacou, ainda, a qualidade da aplicação dos recursos nos Açores, um facto que até o Presidente da Comissão Europeia, há poucos dias, elogiou fortemente.
Carlos César deixou bem claro que não é, absolutamente, essencial que, desta Lei de Finanças Regionais, resultem mais recursos financeiros para os Açores, “porque compreendemos as dificuldades financeiras do país”.
“O que é essencial é que este país, mesmo com menos recursos, tenha o critério de dar na proporção do que é justo e necessário”, reivindicou o líder do PS/Açores.
Neste caso, apoiar os Açores na proporção das suas dificuldades em relação à Madeira, explicou Carlos César, para quem “não é segredo para ninguém que as despesas nos Açores da gestão pública, da economia privada e do funcionamento do mercado, por se tratar de nove ilhas espalhadas por 600 quilómetros, constitui uma dificuldade muito maior do que a que encontramos na Madeira”.
“Não é fundamental para os Açores ter mais dinheiro, nós não olhamos o país sempre como um sítio de onde vem mais dinheiro, mas dizemos ao país, com muita firmeza, que o Estado tem o dever de tratar as suas regiões consoante as suas necessidades”, concluiu.