O líder do PS/Açores, Carlos César, afirmou que pretende manter a cooperação institucional com o Presidente da República, reeleito este domingo, mas garantiu que o seu “compromisso primeiro” é com os açorianos e com os interesses da Região.
“Decorreram as eleições, o professor Cavaco Silva foi reeleito. Compete-nos, do ponto de vista do interesse dos Açores, prosseguir a cooperação institucional que tivemos até agora e também, em todas as condições e em todos os momentos em que se imponha uma posição para defender interesses regionais suficientemente relevantes, manter a mesma firmeza”, afirmou Carlos César.
O Presidente do PS/Açores, que falava aos jornalistas na sequência das eleições presidenciais, adiantou que a sua “responsabilidade e compromisso primeiro é com os açorianos e para com a defesa do interesse regional em todas as circunstâncias”.
“Quer seja o Presidente da República, quer seja o Primeiro-Ministro, quer seja a Assembleia da República a atentarem contra o interesse da nossa Região, contra o interesse dos açorianos, o meu dever-me é opor-me com toda a firmeza”, salientou.
Após conhecidos os resultados, Carlos César considerou ainda que tudo continua como “estávamos até agora, com Cavaco Silva na Presidência da República, com Carlos César à frente do Governo Regional e com o bom relacionamento, quando o Presidente da República toma decisões que merecem o nosso aplauso ou que não merecem, pelo menos, a nossa oposição”.
Questionado pelos jornalistas, o líder do PS/Açores assegurou, também, que apoiou o candidato Manuel Alegre porque entendia que ele seria melhor Presidente da República para o país e, em especial, para os Açores.
“Não foi esse o entendimento do povo português em geral”, reconheceu Carlos César, para quem “quando alguém que nós apoiamos ganha eleições, somos vitoriosos, quando o inverso acontece temos de partilhar, necessariamente, este resultado”.
“Eu, pela minha parte, votei em Manuel Alegre e com muita convicção e com a consciência que essa seria a melhor solução para o país e a melhor solução para a minha Região”, disse o Presidente do PS/Açores, que lamentou, ainda, a elevada abstenção nos Açores.
Esta pouca afluência às urnas “revela que esta eleição não despertou o interesse que devia despertar, visto que o cargo de Presidente da República é um cargo importante, não só para a construção institucional do nosso país, mas também, em certos momentos, de decisão última e importante de matérias relacionadas com a Autonomia”, disse.
“Mas a democracia é assim. Há eleições, ganha quem o povo determina, quer tenham sido muito ou poucos os que compareceram neste acto eleitoral e, portanto, devemos respeitar os resultados”, afirmou Carlos César, ao concluir que “temos a obrigação de respeitar a vontade livremente assumida pelo povo português e situarmo-nos, no exercício das nossas funções, com a maior correcção institucional”