O líder do Grupo Parlamentar do PS/Açores defendeu, esta quinta-feira, que o Partido Socialista das duas Regiões Autónomas deve afirmar-se como uma reserva ideológica de esquerda no país, numa altura em que está eminente uma crise política nacional.
“O PS dos Açores e da Madeira devem afirmar-se como reserva ideológica de esquerda para o futuro do país, garantindo a matriz de esquerda moderada que tem a obrigação de conciliar desenvolvimento económico sempre com mecanismos e estratégias de protecção social”, afirmou Berto Messias.
O deputado socialista falava na abertura das Jornadas Parlamentares do PS/Madeira, que se iniciaram hoje no Funchal, onde será analisada à situação das duas Regiões Autónomas com destaque para três áreas específicas - Economia, Educação e Políticas Sociais.
Trata-se de três sectores que são “muito caros ao PS dos Açores, uma vez que são os pilares fundamentais das boas práticas governativas nos Açores e que permitem que se tenha um verdadeiro projecto político socialista” no arquipélago, salientou Berto Messias.
Segundo o Presidente do Grupo Parlamentar socialista, os Açores têm conseguido conciliar crescimento económico com mecanismos de protecção social adequados para uma ajuda que não é um mero cuidado paliativo, mas que integra as pessoas na sociedade.
Na abertura destas jornadas parlamentares insulares, Berto Messias considerou, ainda, ser importante que, no âmbito constitucional, o PS continue no caminho dos ganhos autonómicos que se tem conseguido para a Autonomia das duas regiões.
Na sua intervenção inicial, Berto Messias alertou, porém, para a desconfiança do país em relação à Autonomia, muitas das vezes alimentada pelo próprio Presidente do executivo madeirense social-democrata.
“Diga-se que um grande contribuinte para a desconfiança nacional é o senhor Presidente do Governo Regional da Madeira, que, sempre que fala, faz o favor de envergonhar os autonomistas e as Autonomias regionais, criando enormes desconfianças sobre a Autonomia, que são uma das melhores experiências do Portugal democrático”, afirmou o parlamentar açoriano.
Pelo contrário, na acção do PS tem de estar sempre a preocupação de conferir responsabilidade às autonomias regionais para que, quem está no Continente, possa realmente perceber quais são as preocupações, dificuldades e especificidades dos Açores e da Madeira, defendeu.
Berto Messias assegurou, também, que o “espírito combativo” do PS/Madeira é inspirador para todos os socialistas portugueses, uma vez que faz frente a um “regime com enormes disfunções democráticas”.
“Tenho sabido de questões que me chocam enquanto democrata e cidadão e que não são aceitáveis no regime democrático em que vivemos”, alertou Berto Messias, que terminou a sua intervenção com um veemente apelo à juventude madeirense.
“Que se insurjam contra este tipo de governação na Madeira, que tem dois problemas graves; os pontapés constantes que o Governo dá nas práticas democráticas e o facto do futuro da Madeira estar totalmente hipotecado, tendo em conta os enormes índices de endividamento”, afirmou.
Segundo Berto Messias, quem vai pagar esta factura, com enormes dificuldades e com este endividamento reflectivo na sua vivência diária, são precisamente os jovens madeirenses.