O Centro de Noite para idosos da Câmara Municipal de Ponta Delgada, situado na urbanização da Piedade, nos Arrifes, depois da sua inauguração, em Outubro de 2009, continua com as suas portas fechadas.
A denúncia foi feita pelo Partido Socialista de São Miguel, após visita efectuada a algumas infra-estruturas de apoio social na Freguesia dos Arrifes.
“Este é um bom exemplo de uma iniciativa falhada da Dra. Berta Cabral que depois de a ter apontado, segundo relatos da comunicação social, como uma surpresa para o Dia Internacional dos Idosos, lamentavelmente, continua fechado”, afirmou Piedade Lalanda que acrescenta que este Centro de Idosos da Câmara de Ponta Delgada ainda se encontra fechado “pela simples razão de que não está em condições, nem adaptado segundo as regras estabelecidas pela lei”.
Piedade Lalanda considera que “não se podem colocar idosos em apartamentos que não estão adaptados às suas necessidades de mobilidade especiais”.
O Partido Socialista, responde desta forma às declarações da Líder Social Democrata, proferidas nas recentes Jornadas Parlamentares do PSD, realizadas na Ilha Graciosa, onde considerou que “não podemos dar o que não temos hoje nem aquilo que não formos capazes de ter amanhã”, afirmação que, segundo Piedade Lalanda, configura um acto eleitoralista e pouco transparente: “se a Câmara Municipal de Ponta Delgada não podia dar este centro aos idosos, porque não estava em condições de o fazer, não o devia ter inaugurado em vésperas de eleições”, acrescentando que, neste e em outros actos, “o que se pede dos políticos é que exerçam a sua actividade com transparência.”
Perante a crítica feita por Berta Cabral relativamente à forma como o Governo dos Açores tem cooperado com os parceiros sociais, Piedade Lalanda deixa a pergunta: “qual é a cooperação que a autarquia de Ponta Delgada estabelece com os parceiros sociais ao nível de uma política social municipal? E avança mesmo que “não existe parceria no apoio ao domicílio; o apoio que é prestado às crianças dos ATL’s, não é supervisionado, entre outros exemplos que podíamos apontar”.
Reclamar e exigir do governo, para Piedade Lalanda, é importante, mas não é menos importante que “as pessoas que se julgam exigentes olhem também para sua actividade e para as suas acções”.
A dirigente socialista lembra que a Região, com o Governo Socialista, em matéria de política social, “tem um passado do qual se orgulha” e sublinha que as valências importantes de que agora fala a líder do PSD, passaram a ser uma realidade com os governos socialistas a partir de 1996: “os casos dos apoios às pessoas sem abrigo, das mulheres vítimas de maus tratos, que não tinham qualquer tipo de resposta e hoje são objecto de vários tipos de solução, com várias associações envolvidas nesse trabalho e até de respostas integradas, como é o caso da rede integrada da Mulher Vítima está a funcionar com provas evidentes de eficácia”.
Piedade Lalanda, perante o anúncio do PSD de que, se chegar a ser governo, implementará um novo enquadramento legislativo para as áreas sociais, chama a atenção para o facto de, em quinze anos em que o PSD é oposição no Parlamento Regional, “que é o lugar certo para promover alterações legislativas, não ter demonstrado qualquer capacidade nesse sentido”.
“Para trabalhar para as pessoas e chegar às pessoas, resolvendo os seus problemas, como nós temos feito e continuamos a fazer, não chega trilhar o caminho da crítica fácil contra o Governo dos Açores” diz Piedade Lalanda que, por outro lado, sublinha “que é preciso conhecer o pensamento e a filosofia do PSD para as políticas nas áreas sociais”.
Para Piedade Lalanda, tendo a actividade da Câmara Municipal de Ponta Delgada para as áreas sociais como exemplo, “o PSD e Berta Cabral não têm lições a dar neste domínio, nem perspectivam qualquer futuro”, concluiu.