"O PS não faz chantagem com os portugueses e, por isso, tanto aceita governar, como deve aceitar quem governe", afirmou este sábado o Presidente do PS/Açores, Carlos César, no XVII congresso nacional do PS, que decorreu em Matosinhos.
"Se ganharmos, como esperamos e como julgamos merecer, queremos ser melhores do que fomos e obter melhores resultados. Mas, se não formos Governo, os portugueses devem ter a certeza que, na oposição, seremos mais responsáveis e mais amigos de Portugal do que o PSD foi", sublinhou.
Carlos César considerou que "quem é capaz de prejudicar assim o país" é porque "não está disposto a sacrificar-se - logo não merece governar". Para o Presidente do PS/Açores, "é Portugal quem vai ganhar as próximas eleições se o PS ganhar".
Carlos César, admitiu, perante os congressistas, que o PS "cometeu erros" de governação e apelou ao partido para que os "reconheça".
O presidente dos socialistas açorianos reconheceu responsabilidade admitindo que "nem tudo correu bem".
"Não há organizações que não tenham falhas. O PS, por melhor conta que tenha do seu desempenho governativo não pode nem deve pensar que esteve isento de erros. Quem não reconhece os seus erros, não distingue as suas virtudes, e quem não as distingue não pode estabelecer compromissos futuros perante os cidadãos", afirmou.
Carlos César apelou à humildade dos socialistas lembrando que o PS não é infalível: "já falhámos várias vezes, mas com a mesma certeza e com a mesma humildade, mesmo assim, nós dizemos que achamos que somos melhores que os outros e servimos melhor Portugal".
Por várias vezes falou em "responsabilidade" na situação do País, mas sempre ressalvando que se estivesse no Governo PSD ou CDS, tudo seria pior: "nós propúnhamos aumentar investimento público, eles propunham mais despesa, e exigiam sempre mais aumentos das pensões e reformas, sempre mais despesa, mais promoções nas carreiras elevadas, estiveram quase sempre contra qualquer aumento de impostos que daria mais receita, agravando assim o desequilíbrio" das contas públicas.
"Quando se instituía uma portagem rodoviária lá estavam, eles para impedir que isso fosse feito, é verdade que o Governo era do PS e que se privilegiava o investimento público e se agravavam as contas públicas, mas também é verdade que se estivesse no governo o PSD ou o CDS, estaríamos muito pior, maior seria a despesa, seria o caos absoluto".
“São desafios a que o PS deve responder. Eu entendo que o PS tenha uma agenda positiva. Não pode deixar de dizer aos portugueses que o impulso reformista tem de ter um fim, de viver melhor", disse.