A candidata do PS/Açores à Assembleia da República, Vera Lacerda, afirmou hoje que Berta Cabral e Mota Amaral, em conjunto, estão na vida política há 69 anos, um tempo excessivo que prova a total falta de renovação e de novas ideias no PSD/Açores.
“Berta Cabral foi nomeada secretária regional em 1984. Mota Amaral foi eleito deputado em 1969. No seu conjunto, estão nesta vida política, pelo menos, há 69 anos”, disse a candidata socialista, num jantar promovido pela JS/Açores, em Ponta Delgada.
Na sua intervenção, esta dirigente da JS/Açores adiantou, ainda, que quem já não tinha ideias em 1995, e abandonou o Governo Regional e a liderança do PSD/Açores, acha que agora, 16 anos passados, está em forma e com o vigor necessário para se bater pelos Açores.
“Aliás, até considero que este vigor terá baixado consideravelmente quando percebeu que Passos Coelho, à socapa, terá cozinhado com Fernando Nobre a presidência da Assembleia da República”, salientou Vera Lacerda.
Segundo a candidata socialista, a lista do PS/Açores à Assembleia da República, pelo contrário, aposta numa verdadeira renovação, já que, dos dez candidatos, nove são novos, mantendo-se apenas Ricardo Rodrigues.
Vera Lacerda adiantou, também, que o desemprego jovem constitui uma das principais batalhas políticas que tem de ser ganha, razão pela qual mostrou-se “frontalmente contra as medidas do PSD que mais não fazem que promover a precariedade laboral em Portugal, como, por exemplo, a introdução do contrato a prazo oral e a eliminação do conceito de "justa causa" para o despedimento de trabalhadores.
“Poderão os açorianos dar confiança a um partido apostado em terminar com o Estado Social como o conhecemos e está garantido na Constituição da República Portuguesa?”, questionou a candidata, para quem, há poucos dias, assistiu-se ao “PSD atacar o investimento feito pelo Governo do Partido Socialista na requalificação das escolas públicas”.
No mesmo jantar participou o cabeça-de-lista Ricardo Rodrigues, para quem a actual direcção nacional do PSD “está numa deriva” que não se conhecia neste partido, sendo muito mais liberal do que as anteriores.
“A proposta de revisão constitucional é uma proposta que ultrapassa o CDS pela direita” em matérias muito importantes como o Serviço Nacional de Saúde e as leis laborais, garantiu Ricardo Rodrigues.
De acordo com o candidatado socialista, esta agenda do PSD faz com que os socialistas fiquem “muito mais descansados” quando ouvem “Pedro Passos Coelho dizer que não se quer aliar ao Partido Socialista” após as eleições de 05 de Junho.