O cabeça-de-lista do PS/Açores alertou hoje para a necessidade do próximo Governo da República ter um ministério da Agricultura com peso político, tendo em conta as importantes decisões para os Açores que serão tomadas nos próximos tempos em Bruxelas.
“Um governo da responsabilidade do PS vai continuar a ter um ministro da Agricultura”, ao contrário do que parece propor o PSD de Pedro Passos Coelho, afirmou Ricardo Rodrigues aos jornalistas.
Após um encontro com a Associação Agrícola de São Miguel, o candidato socialista adiantou que, “na sua ânsia economicista”, o PSD nacional disse que, se calhar, o Ministério da Agricultura era para extinguir.
Mais recentemente, já veio emendar e dizer que seria ministério para o mar, o território e agricultura, disse Ricardo Rodrigues, ao alertar para a possibilidade de o sector agrícola ficar, assim, entregue a um secretário de Estado, caso o PSD ganhasse as eleições de Junho.
“De facto, não ter um ministro da Agricultura que possa, no Conselho Europeu, falar à mesma voz do que os outros colegas de todos os Estados-Membros é uma deficiência que não gostaríamos de ver no Governo de Portugal e que seria negativa para os Açores”, afirmou Ricardo Rodrigues.
Segundo disse, este assunto assume uma grande importância, tendo em conta que a Agricultura vai ser um sector que vai estar em cima da mesa nos próximos tempos, ao nível da negociação com Bruxelas de vários dossiers.
“Quando temos decisões importantes para os Açores nos próximos tempos, relacionadas com as quotas leiteiras e com as negociações do Mercosul, se não tivermos um ministro da Agricultura será muito pior para os Açores”, garantiu o cabeça-de-lista do PS/Açores às legislativas antecipadas.
Após o encontro com a direcção da AASM, Ricardo Rodrigues salientou também que, mesmo sendo a Agricultura um sector regionalizado, no âmbito das negociações entre Portugal e Bruxelas, os deputados à Assembleia da República podem ter uma palavra a dizer.
“É nesse sentido que me disponibilizei para a defesa intransigente dos Açores e dos agricultores açorianas”, garantiu Ricardo Rodrigues, para quem é “sempre bom regressar a uma casa onde trabalhou mais de uma dezena de anos”.