O líder do PS/Açores defendeu, quarta-feira à noite, que os Açores são uma vantagem para Portugal, razão pela qual merecem continuar a contar com a solidariedade nacional que tem sido prestada pelo Governo de José Sócrates.
“Precisamos de um Governo amigo dos Açores. Da última vez que tivemos um Governo do PSD, de Durão Barroso que se dizia nosso amigo, a primeira coisa que fez foi retirar aos Açores as verbas que eram precisas para continuar a reconstrução do sismo que abalou o Faial e o Pico, destruindo milhares de habitações”, recordou Carlos César.
Num jantar de campanha com a presença de José Sócrates, que reuniu cerca de 1.600 pessoas em São Miguel, Carlos César assegurou que votar no PS, nas legislativas de 05 de Junho, “é defender os Açores”.
“Dizemos a todos os portugueses e líderes políticos, de cabeça erguida, somos uma vantagem e não um custo e, muito menos, um prejuízo. Merecemos o apoio que José Sócrates nos tem dado e não o ataque que Passos Coelho nos pretende fazer”, afirmou.
Perante um pavilhão desportivo cheio de militantes e apoiantes, o Presidente do PS/Açores garantiu ainda que historicamente, os Açores são “contribuintes líquidos da solidariedade nacional. Somos, nós açorianos, cooperantes e não portugueses inoportunos”.
“Podemos receber mil insultos por dar uma compensação remuneratória a funcionários e trabalhadores, mas nunca receberemos insultos por aumentar os ordenados de titulares de cargos políticos, como acontece na Madeira”, assegurou o dirigente socialista, ao defender que a região está ao “lado da disciplina orçamental e não contribui para o défice das contas públicas”.
“Somos nós, Açores, que abrimos e mantemos as portas abertas ao relacionamento com os Estados Unidos da América, que consideram, por causa de nós, útil esse relacionamento com Portugal”, lembrou Carlos César, para quem se deve à zona marítima dos Açores o facto de Portugal ver aumentado o seu território, com o reconhecimento das Nações Unidas.
Sobre a situação política nacional, Carlos César defendeu que, neste momento, Portugal não deveria estar numa campanha eleitoral, mas sim totalmente empenhado num trabalho partilhado entre o Governo e as oposições para vencer uma crise e retomar, com arrojo, um período de recuperação e de crescimento.
“Infelizmente para Portugal, o PSD e o CDS e os úteis do costume reprovaram o PEC e deixaram o país sem um programa de reequilíbrio de contas públicas e sem um governo em plenitude de funções para fazer face à crise e para proceder à interlocução externa indispensável”, criticou.
Perante isso, a “irresponsabilidade dos partidos da oposição não pode ser premiada nas próximas eleições e também isso é uma boa razão para votar Partido Socialista”, afirmou o líder do PS/Açores.
“Consumada a intervenção externa, temos de vencer o caminho difícil que está a nossa à frente. Este caminho não pode ser conduzido por quem meteu férias quando os trabalhos redobraram, por quem só navegou em águas mansas que não fazem bons marinheiros e por quem mostrou leviandade quando devia ter mostrado responsabilidade”, concluiu.
Segundo disse, “O PSD quer mais e quer somar mais sacrifícios aos que o FMI diz já serem suficientes”.
“Para o PSD, o programa do FMI parece ser o mínimo dos sacrifícios. Para o PS, queremos o máximo. FMI mais PSD é pior a ementa do que o soneto, mas FMI mais PS no Governo é humanizar e dar mais sensibilidade e sentido de justiça social à definição e aplicação das medidas de austeridade definidas pela troika”, concluiu o Presidente do PS/Açores.