O líder parlamentar do PS/Açores garantiu, esta terça-feira, que o Partido Socialista apresenta uma “intransigente vontade” de defesa dos interesses da Região no novo ciclo político que começa em Portugal, na sequência das eleições legislativas do último domingo.
“Neste novo ciclo político nacional, o PS/Açores deixa uma certeza: a sua intransigente vontade na defesa dos interesses dos Açores”, afirmou Berto Messias, numa declaração política no plenário que se iniciou hoje na cidade da Horta.
Segundo o Presidente da bancada socialista, que reconheceu a vitória do PSD nas eleições para a Assembleia da República, o PS/Açores continuará a ser coerente no objectivo de salvaguardar o interesse regional, independentemente do partido político que está no Governo da República.
Depois de saudar o PSD e o próximo Primeiro-Ministro de Portugal, o líder parlamentar do PS/Açores considerou, ainda, que os resultados das eleições de domingo provam que o “PSD beneficiou, claramente, do voto punitivo no Governo da República, obrigado a tomar, nos últimos tempos, medidas necessárias, mas de grande contestação social”.
“A vontade do povo português nunca é questionável e é sempre de saudar e valorizar”, assegurou Berto Messias, para quem não se deve, porém, confundir eleições.
“O PS/Açores já ganhou eleições, já perdeu sufrágios depois, e voltou, novamente, a ganhá-los. É a democracia a funcionar através da análise que, a cada momento, os eleitores fazem do acto eleitoral em causa”, disse o deputado socialista.
De acordo com o líder parlamentar, esta constatação faz com que seja totalmente extemporâneo afirmar que este resultado do PSD será o início de uma vitória social-democrata em 2012.
“A história política recente dos Açores é exemplo disso mesmo. Por exemplo, durante anos, o PSD/Açores vaticinou o fim de ciclo da governação do PS. Durante anos, foi desmentido pelos resultados das eleições”, lembrou Berto Messias.
O deputado do PS/Açores recordou que, em 2003, o deputado do PSD/Açores, Duarte Freitas, já defendia que o Governo Regional estava a dar o ´”último suspiro” e em “fim de ciclo”, o que foi totalmente desmentido com duas novas maiorias em 2004 e 2008.
No primeiro dia do plenário de Junho, Berto Messias garantiu que o PS percebe “bem o momento difícil em que vive Portugal”, mas alertou que esta realidade não pode ser motivo para descurar a discriminação positiva que uma região ultraperiférica tem de ser alvo por parte do Governo nacional”.
“Seremos os primeiros a integrar o desígnio de credibilizar Portugal no exterior”, garantiu o líder parlamentar socialista, ao assegurar que, porém, “nunca estaremos disponíveis para que os Açores sejam uma espécie de fardo do qual Portugal terá de se libertar, em nome da recuperação das finanças públicas nacionais”.
“Não queremos ficar com os custos daquilo que não nos cabe pagar. O país será tão mais forte quanto mais solidário e justo for”, defendeu Berto Messias, para quem “Portugal não conseguirá ultrapassar estas dificuldades sem um forte espírito de união e de justiça social e económica”.