“O problema do desemprego deve ser analisado de forma séria e deve ter em conta todas as variáveis e condicionalismos que contribuem para a situação actual”, afirma Berto Messias, Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista dos Açores.
“A taxa de desemprego actual de 9,7% preocupa-nos mas continuamos determinados em tomar medidas que diminuam esta taxa e que promovam o emprego, mas sabemos que a conjuntura económica actual tem grande impacto no desemprego. Apesar disso os Açores continuam a ser uma das Regiões com mais baixa taxa de desemprego do País e os dados do INE evidenciam, também, que no período em análise, criaram-se mais 1.340 postos de trabalho nos Açores, já que o número de pessoas a trabalhar passou dos 108.064 para os 109.404”, afirma Berto Messias.
Messias diz ainda que “não podemos esquecer nem escamotear o facto de que se vive, em Portugal e na Europa, a maior crise das últimas décadas, que tem reflexos nos Açores, uma Região que tem em Portugal continental a sua economia de referência, além do que existem hoje regiões periféricas da Europa com características comuns aos Açores, como as Canárias, a Martinica ou a própria Madeira onde o desemprego é um grande flagelo social. A desgraça dos outros não nos agrada, mas esses dados são referenciais que demonstram que estamos a conseguir implementar boas políticas públicas de defesa e de promoção de emprego”.
Berto Messias afirma ainda que “todos os agentes políticos açorianos devem contribuir e ajudar para a redução do desemprego. Reconhecemos que essa tem sido uma preocupação de vários partidos, com uma abordagem séria ao problema. Pena temos que o maior Partido da oposição nos Açores, o PSD, se limite a falar mal e a criticar sem fazer propostas válidas sobre este assunto”.
Segundo Berto Messias “o PSD/Açores afirma, agora, que propôs várias medidas de combate ao desemprego nos Açores, numa tentativa infantil de querer ficar bem aos olhos dos açorianos face a um problema sério e que merece, por isso, uma atitude responsável de todos os agentes políticos. O Grupo Parlamentar do PSD/Açores diz, agora, que tem propostas para combater o desemprego, mas é a sua própria líder regional que já afirmou, publicamente, que as vai esconder dos açorianos até às eleições regionais de 2012.”
“Foi a própria Presidente do PSD/Açores que recentemente afirmou, aos Órgão de Comunicação Social, que as suas propostas de combate ao desemprego "vão ser orientadas para o programa eleitoral do partido às eleições regionais" de 2012. Fica, assim, claro que a líder do PSD/Açores não tem qualquer pejo em esconder estas alegadas soluções dos Açorianos desde que possa retirar o mais pequeno dividendo político desta situação séria. É um total absurdo político afirmar que se tem propostas para resolver o principal problema dos açorianos e não as apresentar. É, acima de tudo, a maior falta de respeito que se pode ter para com os açorianos desempregados. Por mero tacticismo partidário, o PSD/Açores adia sine die as soluções que diz ter na manga. Perante isso, a leitura é simples: ou não respeita quem está no desemprego ou, pura e simplesmente, não tem proposta nenhuma válida, o que pesa na consciência. Os factos provam que é a segunda opção. Que não tem qualquer proposta eficaz para combater o desemprego ou apoiar a
s famílias e assume-se, assim, como um partido que é uma inutilidade política para responder aos problemas da nossa Região”, recorda Berto Messias.
Quanto às alegadas propostas do Grupo Parlamentar do PSD Açores que reduziriam o desemprego e que apoiariam as famílias açorianas Berto Messias recorda que “o Grupo Parlamentar do PSD na discussão do plano e orçamento para 2011 fez algumas propostas totalmente atabalhoadas porque, por um lado não estavam devidamente quantificadas nem o proponente sabia qual o impacto financeiro das mesmas nem de onde viria o financiamento para essas propostas, por outro lado eram nefastas para os açorianos, recordo a proposta do PSD Açores que queria a redução do IRS em 30% até ao quarto escalão, afirmando que esta medida seria mais justa, global e transversal.
Ora, contas feitas, caso essa proposta tivesse sido aprovada, seria de uma injustiça atroz porque sendo o IRS um imposto de taxa progressiva, esta proposta permitiria que, quem ganha 42 mil euros por ano, teria uma redução de IRS quatro vezes superior a quem ganha até 7.400 euros.”