Dois casos que dão nota do casamento do PSD com a mentira

PS Açores - 10 de novembro, 2011
1 - O PSD tornou-se no partido do “faz de conta”. E convenceu-se que a mentira repetida várias vezes pode tornar-se verdade. Foi e é assim, por exemplo, na questão das verbas destinadas às Casas do Povo e na mentira sobre derrapagens de gastos em obras públicas regionais. 2 – O PSD mentiu no que toca ao caso das verbas destinadas às Casas do Povo, chegando a ser ridícula a ânsia com que a líder do PSD procura invocar a sua influência para a resolução desse como de outros assuntos relacionados com o Governo da República. O problema gerado à volta dos pagamentos às Casas do Povo foi um problema criado pelo PSD, através de um despacho de cativação de verbas de 4 de Julho deste ano, e não um problema resolvido pelo PSD/Açores que até defendeu que devia ser o Governo Regional a pagar. Na verdade, neste caso, em particular, a boa influência do PSD/Açores foi nula – pelo contrário, foi, mercê de uma acção firme do Governo Regional do PS e conjugada com o CDS/PP dos Açores, bem como da atenção do Ministro Pedro Mota Soares, que o assunto foi resolvido. 3 - O PSD mentiu no que toca a aludidas derrapagens em obras públicas. A) Mente no caso das SCUTs. O Líder parlamentar do PSD afirmava em 2001 que “o valor das rendas das SCUTS seria de 150 milhões de contos” ou seja 750 milhões de euros. Ou seja, o PSD considera agora que um valor que é muito inferior ao valor por ele assumido há 10 anos, em pleno Parlamento, é uma derrapagem. O PSD sabe muito bem que o valor de investimento das SCUTS é calculado como, qualquer investimento com pagamento de rendas, pelo Valor Actualizado Liquido do investimento. Não existe, pois, qualquer derrapagem do custo das SCUTS: o valor a pagar é exactamente o valor previsto no contrato e nos termos exactos aprovados pela Assembleia Legislativa Regional, sem qualquer alteração. O PSD sabe que até queria, e propôs, uma obra maior e muito mais cara. Também omite isso. B) Mente no caso da Via Vitorino Nemésio na Terceira: a obra foi adjudicada, a 4 de Janeiro de 2007, por 17 397 645, 20 euros e o preço final foi de 14 771 502,88 euros, ou seja, menos 3,5 milhões de euros, menos 20,6 % do preço da adjudicação. C) Mente no caso das Portas do Mar. O PSD sabe que, ao contrário do que diz, não existiu derrapagem de custos em relação às obras inicialmente planeados. O que houve foi a concretização de novos investimentos que não estavam inicialmente previstos. Novas obras e não novas despesas para as mesmas obras. 4 – Fica claro, assim, que o escrúpulo e a verdade valem nada para o PSD. Acham que mentir dá mais votos.