No dia 2 de Outubro de 2010, e após vários meses de análise e estudo em que envolvemos diversos agentes ligados ao comércio tradicional e à atividade empresarial do nosso Concelho, o PS divulgou ao público o Programa RECUPERAR PONTA DELGADA, constituído por três eixos de intervenção e por vinte e cinco medidas, que constituem um contributo político para apoiar e revitalizar o Comercio Tradicional na maior cidade dos Açores.
A 4 de Outubro, o Programa foi apresentado pelos Vereadores eleitos pelo PS em reunião da Câmara Municipal de Ponta Delgada, tendo sido aceite como “um contributo” a ser considerado em futuras intervenções do município, o que nunca aconteceu.
Quase 14 meses depois praticamente nada foi feito.
A Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada (CMPD) manteve-se impavidamente insensível aos graves problemas que afetam o Comércio Tradicional na nossa Cidade.
Berta Cabral não ignorou apenas propostas meritórias do PS, desprezou ostensivamente os contributos de muitas pessoas, empresas e instituições que connosco discutiram os problemas do Comércio Tradicional.
A difícil conjuntura social e económica que o Comércio Tradicional de Ponta Delgada atravessa atualmente resulta, em parte, da dura austeridade do governo de Passos Coelho, mas também evidência de forma brutal a insensibilidade, a falta de apoio e a ausência de estratégia da gestão municipal da Presidente do PSD. A crise expõe de forma mais saliente o que a CMPD não fez.
A CMPD conformou-se com a realidade e aguarda pacientemente que os problemas do Comércio Tradicional se resolvam por si.
Ponta Delgada tem hoje uma Presidente de Câmara distraída com a sua atividade partidária, distante dos problemas do Concelho e esgotada politicamente.
Esta realidade é rigorosamente confirmada por uma curiosa notícia de ontem. Divulgada após a convocatória do PS para a realização desta Conferência de imprensa, uma tática de antecipação primária que conhecemos bem. A CMPD anunciou que irá conceder à Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada uma “autorização coletiva” para centralizar a gestão das ocupações da via pública no Centro Histórico da cidade durante a quadra natalícia.
A medida de legalidade duvidosa pretende “evitar eventuais prejuízos no comércio tradicional durante a quadra de Natal por via da redução da iluminação no Centro Histórico de Ponta Delgada”.
Já chegamos ao ponto em que é a própria CMPD a divulgar oficialmente a sua incapacidade e o seu esgotamento.
Por este andar, com um pouco mais de esforço e de sensatez chegará o dia em que a CMPD subescreverá os Comunicados do PS.
Eis mais uma prova de que Berta Cabral é hoje uma Presidente de Câmara em part-time que só pensa em promover-se mediaticamente, enquanto autarca, concentrando a sua acão em atividades partidárias e na sua candidatura a Presidente do Governo em 2012.
Os tempos muito difíceis que vivemos exigem da parte de todos os Presidentes de Câmara uma dedicação absoluta, a tempo inteiro, à gestão dos seus concelhos que permita estabelecer as prioridades certas e acompanhar ao pormenor a sua execução.
Infelizmente não é isso que está a acontecer, há muitos meses, em Ponta Delgada conforme o PS tem vindo sucessivamente a denunciar.
A Dr.ª. Berta Cabral tem o direito de sonhar em ser Presidente do Governo mas tem sobretudo a obrigação de assumir em pleno as suas responsabilidades autárquicas.
Teoricamente não há incompatibilidade em acumular a presidência de uma autarquia com a de um partido político mas, na prática, em Ponta Delgada a Presidente da Câmara está demasiado tempo ausente e a atividade da CMPD está a ser afetada em diversos domínios.
Berta Cabral não cumpre os mínimos no seu ‘part-time’ autárquico”.
A indecisão da Presidente da Câmara de Ponta Delgada em ficar na autarquia ou exercer o seu papel partidário está a prejudicar seriamente o nosso Concelho.
O maior concelho dos Açores confronta-se com desafios e com dificuldades que exigem total atenção da Presidente da Câmara.
É necessário mais atenção da Presidente Berta Cabral ao Concelho que preside e aos compromissos que assumiu.
O Concelho de Ponta Delgada não pode ser gerido como uma ocupação temporária da sua principal responsável política.
Aproxima-se o momento em que a Dr.ª. Berta Cabral tem de escolher se quer ser Presidente de Câmara ou Presidente do PSD!
O PS-Ponta Delgada volta a denunciar ser urgente proceder à implementação de uma ambiciosa estratégia de apoio e dinamização do Comércio Tradicional da Cidade de Ponta Delgada.
É cada vez mais urgente dinamizar o comércio do Centro Histórico da Cidade. O verdadeiro coração da nossa Cidade é o seu Centro Histórico.
O Comércio Tradicional tem um papel fundamental na dinamização das funções económicas, sociais, turísticas e culturais que caracterizam os centros históricos das cidades humanizadas, vibrantes e com qualidade de vida.
Ao contrário da Drª. Berta Cabral, o PS de Ponta Delgada não se rende, não se conforma e não se resigna com o declínio do Comércio Tradicional da maior Cidade dos Açores.
Nós mantemos a nossa visão política para o Sector. Nós reafirmamos a pertinência do Programa RECUPERAR PONTA DELGADA.
Somos uma oposição que não se limita à crítica fácil e à censura inconsequente. O PS discute ideias, promove consensos e apresenta contributos válidos.
O PS não é como a Dr.ª. Berta Cabral, que apregoa como Presidente do PSD o que como Presidente de Câmara nunca fez.
Nós não baixaremos os braços e manteremos a nossa coerência.
Segunda-feira, na próxima reunião da Vereação, voltaremos a apresentar o Programa RECUPERAR PONTA DELGADA. Estamos abertos a rever alguma medida que por via das circunstâncias atuais possa carecer de afinamentos mas exigiremos explicações para a não concretização do nosso.