O líder parlamentar do PS/Açores lamentou, esta terça-feira, que o PSD/Açores teime em não apresentar uma única medida concreta de combate ao desemprego, preferindo guardar as suas supostas propostas para 2013.
“Este é um profundo desrespeito para com os actuais desempregados dos Açores”, lamentou Berto Messias, que falava no debate parlamentar das propostas de Plano e Orçamento para o próximo ano.
Segundo disse, o PSD/Açores, em matéria de combate ao desemprego, apenas oferece aos açorianos um “exercício de superficialidade e de banalidades”, sem propor qualquer medida objectiva, ao contrário do que já aconteceu com os restantes partidos da oposição.
“Quando perguntam à Presidente do PSD/Açores o que tem a dizer sobre o problema do desemprego, apenas responde que é preciso mais emprego. Quando a questionam o que tem a dizer sobre os problemas das empresas, refere, somente, que é preciso mais trabalho”, recordou Berto Messias.
No segundo dia do debate parlamentar, o Presidente da bancada socialista salientou, por outro lado, que a evolução do desemprego é um problema global, que atinge também os Açores.
Segundo adiantou, esta situação deve-se à paralisia do crédito atribuído pela banca e pelas fortes medidas de austeridade implementadas pelo Governo da República, que estão penalizar muito os açorianos.
“Em 2007, os bancos injectaram na economia 620 milhões de euros líquidos - qualquer coisa como o actual Plano da RAA. Já no primeiro semestre deste ano, regista-se uma contribuição negativa em 67 milhões de euros para a economia açoriana”, alertou Berto Messias.
Além disso, os cortes dos subsídios de Natal já este ano, tendo em conta os 110 mil trabalhadores açorianos, implicam a retirada de 20 milhões de euros da economia regional, com grande impacto no pequeno comércio e, consequentemente, no desemprego.
Apesar destes fortes constrangimentos, os Açores são hoje a segunda região com a mais baixa taxa de desemprego do país, muito longe dos 30 por cento nas Canárias, lembrou Berto Messias, para quem estes indicadores mostram que a Região está a resistir com mais eficácia ao problema do desemprego e à conjuntura externa.