Apesar da confiança e tranquilidade próprias de quem governa a Região com verdade, empenho e resultados há década e meia, a Comissão Permanente do PS/Açores não pode, contudo, assistir passivamente às doses diárias de contradições, inverdades, incoerências e banalidades que a líder do PSD debita, num frenesim próprio de quem se vê obrigada a aparecer mesmo quando não tem nada para dizer ou mesmo quando não sabe muito bem o que dizer.
A líder do PSD/Açores está a transformar-se, a cada dia que passa, no Frei Tomás da política açoriana, porque uma coisa é o que ela diz e outra coisa é o que ela faz.
Diz que é preciso libertar a economia e a iniciativa privada e que o Governo Regional prejudica e faz concorrência desleal aos empresários, mas é a mesma pessoa que foi responsável, contra todas as vozes dos empresários, pelo Parque Empresarial da Câmara Municipal de Ponta Delgada, que inviabilizou dois projectos privados de empresas regionais açorianas, que ficaram gravemente lesadas pela acção da câmara.
Diz que é preciso criar instrumentos públicos de apoio às empresas, mas é a mesma pessoa que não quer o Estado na economia e que defende – como se fosse possível defender uma coisa e o seu contrário – que o Governo deve recuar para deixar às empresas a possibilidade de actuarem autonomamente.
Diz que é preciso uma política de verdade, feita com seriedade, mas é a mesma pessoa que, em Bruxelas, em clima de companheirismo partidário, apresenta uma proposta para a criação de um POSEI Transportes que é copiada, sem tirar nem por, de outra que o Governo do PS construiu e subscreveu e que consta de documentos oficiais entregues, em clima institucional, à Comissão Europeia.
Diz a Dr.ª Berta Cabral que é preciso renovação, sangue novo e novas políticas, mas é a mesma pessoa que exerce cargos públicos e de nomeação política há mais de três décadas – trinta anos – e que se faz rodear de figuras do PSD que os açorianos recusaram, em 1996, por serem já um projecto esgotado, sem ideias e, sobretudo, sem resultados.
Diz a Dr.ª Berta Cabral que os tempos não são de prometer tudo a todos e que os açorianos sabem que faz sempre o que promete, mas mal chega ao Pico, num curto espaço de tempo, promete duas escolas novas e um porto para São Roque feito de raiz, obras que o Governo do PS, de forma responsável e séria, se viu obrigado a adiar ou a reformular devido ao período que estamos a atravessar.
Com estes exemplos, facilmente se percebe que uma coisa é o que a Presidente do PSD/Açores diz e outra coisa é o que a Dr.ª Berta Cabral faz.
A Comissão Permanente do PS/Açores lamenta, por outro lado, ter de lembrar à Presidente do PSD que, embora seja verdade que os açorianos a conhecem, não é propriamente rigoroso dizer que a conhecem porque cumpre tudo o que promete.
Os factos são elucidativos e não deixam dúvidas: Feira Internacional dos Açores, Fun Center e zona para grandes superfícies comerciais são valências do Azores Parque todas prometidas, mas todas por cumprir.
Central de camionagem subterrânea de Ponta Delgada, casa das artes, centro cívico e cultural, pavilhão multiusos com gimnodesportivo, salão multiusos, centro de apoio a eventos são tudo valências que eram para incluir no Parque Urbano da Cidade de Ponta Delgada, mas que resultaram em promessas todas por cumprir.
Como se vê, será tempo de lembrar e de pedir à Dr.ª Berta Cabral que reconheça que, como todos os mortais, se engana, erra e até promete coisas que, depois, não consegue cumprir.
No difícil período que a Região, o País e a Europa atravessam, há de facto de zelar por um discurso de verdade e, sobretudo, actuar com responsabilidade e respeito, porque as famílias e as empresas açorianas precisam de um governação activa, diligente e eficaz, mas também precisam de uma oposição responsável e construtiva.
As famílias e as empresas dos Açores sabem que têm contado com o seu Governo, que se tem esforçado por ser capaz e actuante. Sabem que, por ter havido sempre rigor e responsabilidade nas finanças públicas, têm podido contar apoios adicionais na altura que mais precisam e com medidas que vão ao encontro das suas necessidades.
Não estão, pois, à espera que se materializem, como por magia, conceitos ocos como o da “região económica” ou da “economia libertada”. As empresas não estão à espera de soluções milagrosas e impossíveis de explicar, como as que o PSD/Açores promete para 2013.
As empresas dos Açores têm contado e beneficiado de apoios que o Governo do PS tem colocado à sua disposição desde que a crise financeira internacional se começou a manifestar na Região.
Também nesta matéria os dados são inequívocos: Na linha de apoio à reestruturação das empresas, 700 empresas estiveram envolvidas num montante global de 274 milhões de euros. Na linha de crédito de apoio à tesouraria e para a liquidez das empresas, 1.124 recorreram a este mecanismo, para um total de créditos de 66,34 milhões de euros.
Com as dificuldades adicionais criadas pela incapacidade do sistema bancário em acompanhar as necessidades das empresas, o Governo Regional dos Açores já anunciou e vai cumprir o prolongamento destes apoios e a criação de mais programas de auxílio às empresas.
A verdade e a responsabilidade, mais do que um discurso, têm de ser uma política consequente e é isso que têm feito os governos do PS na Região, que felizmente, apesar da conjuntura nacional e internacional, se tornou muito mais próspera e desenvolvida do que a Região falida e desmoralizada que a Dr.ª Berta Cabral deixou aos açorianos em 1996.