O candidato do PS-Açores à Presidência do Governo disse hoje em S. Jorge que “a actual conjuntura que vivemos parece ser a desculpa perfeita para ajustes de contas com a nossa autonomia.”
Defendendo que açorianos têm de estar prontos para a defesa da autonomia, Vasco Cordeiro sublinhou que, no entanto, interessa saber de que se fala quando se fala em autonomia.
“Não é de um artigo na nossa Constituição, não é de uma alínea no nosso estatuto Político-Administrativo”, sustentou, para logo explicar que, “quando nós gerimos as nossas finanças com rigor e evitamos o desastre que se vive no país e que se vive na Madeira, isso é a nossa autonomia.”
Para o candidato do Partido Socialista, “quando damos aos nossos idosos o complemento regional de pensão e aumentamos o seu valor, enquanto no país se corta nas pensões, isso é a nossa autonomia; quando damos às famílias açorianas o complemento regional de abono de família e o aumentamos, enquanto no país se corta, isso é a nossa autonomia; quando temos um sistema de incentivos que apoia mais as nossas empresas e os nossos empresários do que acontece no país, isso é a nossa autonomia; quando temos apoios aos nossos agricultores e pescadores que não existem em mais parte nenhuma do país, é esta a nossa autonomia; quando, nesta escalada dos preços do petróleo, temos combustíveis mais baratos do que no país ou do que na Madeira, essa é a nossa autonomia”!
Como deixou bem vincado perante as mais de duas centenas de pessoas que o escutavam, na Sociedade Filarmónica dos Terreiros, “é para defender essa autonomia de resultados, essa autonomia que serve as açorianas e os açorianos, essa autonomia que está ao serviço das empresas e das famílias açorianas, é para defender essa autonomia que temos de nos erguer, que temos de cerrar fileiras e de estar unidos, fortes e coesos – porque é essa autonomia que vai a votos em outubro deste ano.”
E Vasco Cordeiro concluiu ser necessário, para que essa autonomia vença, que a candidatura do Partido Socialista vença as próximas eleições, com o empenho e a determinação de todos, já que, como garantiu, está pronto para essa tarefa e para esse combate.
A mesma confiança mostrou, um pouco antes da intervenção do candidato, o Presidente do PS-Açores, Carlos César, que afirmou não ser necessário ao Partido Socialista “ir buscar aos baús do passado” – como acontece com maior partido da oposição – uma liderança do futuro Governo Regional que simboliza, em simultâneo, a experiência, a boa gestão governativa e a juventude.
“Tenho muito orgulho e o PS está muito orgulhoso de propor aos açorianos não um futuro feito do passado – como o SD – mas uma liderança forte e renovadora saída das novas gerações, ao serviço das novas gerações, que honra o passado, mas que serve, sobretudo, o futuro”, afirmou Carlos César.
Defendendo que o PS, embora estando no Governo, “é o partido que mais representa mais a mudança e a transição para uma governação feita e liderada pelas novas gerações", disse que "o Partido Socialista, ao contrário do PSD, não é refém das pessoas”, e que “uma nova ambição passa por transmitir às novas gerações novas responsabilidades de liderança.”