O PS/Açores tem assistido nas últimas semanas, com tolerância democrática, a sucessivas declarações do PSD/Açores que mais não são do que propaganda eleitoral demagógica, na maioria das vezes com o intuito único de enganar os açorianos.
Há, no entanto, e porque essas declarações ultrapassam o razoável, momentos em que não pode o PS/Açores ficar calado, nem permitir que os açorianos se deixem iludir pela estratégia do PSD/Açores de proferir uma mentira todos os dias na expectativa de que ela se torne verdade.
A Presidente do PSD/Açores proferiu, esta quinta-feira, declarações que tentam deliberadamente enganar os Açorianos, as quais deviam envergonhar um partido que se diz preparado para governar a Região Autónoma dos Açores.
O PS/Açores, em nome da verdade dos factos, não pode tolerar que a Presidente do PSD/Açores afirme hoje que a situação da economia dos Açores “é da exclusiva responsabilidade do governo e de quem tem a tutela desta pasta”, com a mesma cara com que há uns meses atrás, em jornadas parlamentares do seu partido, falava nas consequências da “crise internacional” na Região.
O PSD/Açores está, como se comprova, deliberadamente a tentar enganar os Açorianos quando agora omite que a Europa atravessa a maior crise económica desde a II Grande Guerra. Essa crise tem reflexos directos nos Açores, reflexos esses que são reconhecidos de forma unânime, assim como é reconhecido que os seus efeitos só não são piores porque a Região apresenta um património de boa gestão dos dinheiros públicos que permite, hoje mesmo, encontrar mecanismos para responder às adversidades que nos têm sido impostas do exterior.
Não é aceitável que, quem se diz preparada para governar, não consiga ter um discurso minimamente coerente mesmo numa matéria que é unânime em todos os responsáveis políticos regionais, nacionais e europeus. A falta de coerência da Presidente do PSD/Açores não pode ser utilizada como argumento para tentar enganar os Açorianos.
A tentativa de enganar os Açores foi, ainda, patente quando reclamou apoios à exportação dos produtos açorianos, omitindo propositadamente que está a ser preparada, para ser enviada aos Parceiros Sociais, uma proposta de revisão do Sistema de Apoio à Promoção dos Produtos Açorianos, nomeadamente, ao nível da apresentação de candidaturas, simplificação de procedimentos e apoios ao transporte, aquisição de embalagens e participação em feiras.
A Presidente do PSD/Açores tentou enganar os Açores quando afirma que os apoios à exportação são “insuficientes”, mas omite deliberadamente que este sistema de apoio à promoção dos produtos açorianos, no âmbito do Plano de Investimentos para este ano, viu aumentada a sua dotação em meio milhão de euros.
Ainda pior é o PSD/Açores falar do apoio ao transporte de produtos como se esse apoio não existisse já. O actual sistema prevê, precisamente, o apoio ao transporte em 90% para os operadores estabelecidos nas ilhas de Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Flores e Corvo, em 75% para os operadores estabelecidos nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, na comercialização de frutas, flores e plantas ornamentais e em 50% para os operadores estabelecidos nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, na comercialização dos restantes produtos.
Fica, assim, provado que, nas suas sucessivas declarações, a Presidente do PSD/Açores, na sequência de uma qualquer visita, revela contradições e incoerências, para além de um grave e confrangedor desconhecimento sobre as mais elementares questões.
Por todo o lado faz a promessa fácil de mais apoio, de mais dinheiro, só possível com o endividamento brutal e insustentável da Região, o que só demonstra que o PSD continua a defender para os Açores a mesma receita aplicada na nossa vizinha região Autónoma da Madeira, omitindo que, a ser levada à prática, essas políticas teriam os resultados devastadores que essa mesma receita está a ter na vida dos madeirenses.
Ao dizer, por exemplo, na sequência da visita à UNILEITE, que não há apoios à exportação, a Presidente do PSD/Açores revela desconhecer que a indústria de lacticínios da Região cresceu 47% nas suas exportações ao longo dos últimos 15 anos, que diversificou muito os seus mercados e os produtos que produz e comercializa e que esse crescimento só tem sido possível pela melhoria da qualidade dos seus produtos.
Estes dados são factuais e mostram o trabalho paulatinamente concretizado pelos Governo do Partido Socialista, por muito que o PSD/Açores o tente desmerecer.