O candidato do PS/Açores à Presidência do Governo Regional, Vasco Cordeiro, defendeu hoje que os sectores tradicionais da economia “ainda têm muito para dar” à criação de emprego na Região e comprometeu-se a manter a aposta na Agricultura, Pescas e Turismo para cumprir este objectivo.
“A intervenção das entidades públicas deve centrar-se em níveis essenciais, o primeiro dos quais deve ser o de criar condições para que a economia possa gerar emprego sustentado”, afirmou Vasco Cordeiro, para quem esta estratégia cumpre-se, também, “com sectores tradicionais da nossa economia, que ainda têm muito a dar para a criação de emprego e geração de riqueza”.
No final das Jornadas Parlamentares do PS/Açores, o candidato socialista defendeu que, ao nível da Agricultura, é necessário, depois de concluído o período de apoio aos investimentos de novas fábricas, dirigir a atenção para políticas públicas que aumentem a capacidade de inovação destas empresas e fortaleçam o valor-acrescentado dos produtos de lacticínios dos Açores.
“Foi feita uma aposta clara, que deve ser reforçada, na diversificação agrícola, em áreas como a horticultura e floricultura, que podem contribuir, não apenas para a criação de emprego e riqueza, mas também para a diminuição das importações”, explicou Vasco Cordeiro, ao realçar, ainda, o “extraordinário trabalho dos produtores no melhoramento genético das suas explorações”.
O candidato do PS/Açores relembrou que pretende, na próxima Legislatura, eliminar por completo a Brucelose na Região, uma condição essencial para que surjam novas oportunidades de negócio, como a comercialização de novilhas com elevado valor genético.
Relativamente às Pescas, Vasco Cordeiro preconizou a valorização do produto final, mas também a necessidade de tirar valor económico do facto dos Açores utilizarem artes de pesca ambientalmente sustentáveis, que já cumprem os objectivos definidos pela União Europeia.
“Os Açores devem rentabilizar o facto de já cumprirem uma actividade da pesca com a utilização sustentável dos recursos pesqueiros”, alegou Vasco Cordeiro no final das jornadas que decorreram na ilha de São Miguel.
Já relativamente ao Turismo, o candidato socialista afirmou que a intervenção do Governo deve ser direccionada para que a economia possa gerar empregos sustentáveis neste sector, assim como para que surjam novos produtos turísticos, não reduzindo apenas as possibilidades de criação de emprego a áreas como o alojamento e a restauração.
“Já temos um caminho iniciado, como, por exemplo, no número de empresas de animação turística que trabalham na Região e deve ser aprofundado e reforçado”, garantiu.
No encerramento das jornadas, Vasco Cordeiro assegurou, por outro lado, que o PS continua a liderar o debate sobre o emprego com propostas novas, com credibilidade e capacidade inquestionável e, sobretudo, com os “Açorianos no centro das suas preocupações”.
“Temos um rumo ambicioso, mas exequível, no respeito pela situação em que vivem as famílias e as empresas açorianas”, afirmou Vasco Cordeiro, para quem esta estratégia do Partido Socialista assenta num “rumo próprio e rejeita a cópia de receitas que têm demonstrado estar erradas e têm contribuído para o aumento do desemprego, para o empobrecimento das famílias e para a destruição da economia do país”.
“Nós, nos Açores, não queremos sacrificar as famílias, as empresas e a nossa economia no altar das finanças públicas”, afirmou o candidato do PS/Açores, ao destacar que o objectivo é que as “boas finanças públicas continuem a servir para ajudar os nossos empresários, para ajudar as nossas empresas, para melhorar a qualificação das Açorianas e dos Açorianos, para aumentar o emprego sustentável”.
“Tenho ouvido dizer por aí que é necessário termos menos Estado, que equivale a dizer menos Governo Regional. Esta posição não é novidade e é, aliás, uma cópia do que tem sido dito a nível nacional e feito ao nosso país, com os resultados que estão à vista de todos”, como os cortes nos apoios sociais, aumento de preços de bens essenciais (transportes e energia), extinção de serviços e de programas de apoio social, disse.
Segundo afirmou, “mais grave do que ser cópia do que se diz a nível nacional, é que os que seguem esta cartilha nos Açores são os mesmos que acusam o Governo do PS de estar a fazer pouco e que reclamam que faça mais e mais e pague mais”.
“Além disso, os que seguem esta cartilha nos Açores são os mesmos que lançaram projectos públicos onde a iniciativa privada se preparava para avançar e que, por esta via, atropelaram a economia e penalizaram os privados”, recordou.
Para Vasco Cordeiro, no meio de “tantas contradições e de tanto desnorte”, o Partido Socialista tem de continuar a ter um discurso claro, opções definidas e uma estratégia coerente.
“Para o PS, é exactamente na actual conjuntura que temos de ter – como temos tido – um Governo presente, que ajude e que assuma como sua a tarefa de estar ao lado de cada Açoriana e de cada Açoriano a lutar para ultrapassar estes momentos difíceis em que vivemos”, defendeu.
De acordo com o candidato, este não é o momento para se ter teorias políticas e económicas que só agravam injustiças e só criam maiores diferenças sociais.
“Este é o momento para trabalhar para segurar empregos, para ajudar empresas, para apoiar os nossos idosos, os mais jovens e os mais frágeis da nossa sociedade. Este é o momento para termos um Governo que não deixa ninguém para trás”, concluiu.