Tendo sido proferidas afirmações falsas no discurso inicial da candidata do PSD/Açores, no Congresso deste partido, o PS/Açores vem repudiar as acusações de que existem pressões do Governo para que as pessoas (que para nós são todas humanas) aceitem integrar a comissão de apoio à candidatura do Dr. Vasco Cordeiro.
Neste momento, como hoje começou a ser divulgado em vários órgãos de comunicação social, já mais de 1000 pessoas aceitaram integrar a lista de apoio à candidatura do Dr. Vasco Cordeiro a Presidente do Governo.
Deste modo, são inaceitáveis e falsas as pretensas denúncias de Berta Cabral, reveladoras aliás da superficialidade e da falta de dimensão política para ocupar o cargo a que aspira, mas para o qual não inspira confiança porque transpira ciúmes desmesurados.
O atabalhoamento do discurso da candidata do PSD/Açores chegou ao ponto de acusar o Governo do PS/Açores de discriminar autarquias. Todos nos lembramos que foi a líder do PSD/Açores que renegou os seus próprios autarcas nas últimas eleições, quando se demarcou da pesada derrota que o seu partido teve na maioria das Câmaras e Juntas de Freguesia dos Açores.
Por outro lado, só pela prática da experiência governativa de Berta Cabral se percebe tal acusação. Com o PS/Açores acabaram as nomeações mediante apresentação de cartão do partido.
Em vez de se querer imiscuir na vida interna do PS/Açores, a candidata do PSD/Açores deveria aproveitar o seu tempo a apresentar propostas aos açorianos. Pelos vistos o que Berta Cabral quer para os Açores é um modelo semelhante ao Governo de Passos Coelho mas, estamos certos, os açorianos não se revêem nessas más experiências.
Recorde-se que, como antiga Presidente da SATA e Directora Regional dos Transportes, Berta Cabral só conseguiu passagens aéreas mais caras do que actualmente e a total incapacidade de promover o transporte marítimo inter-ilhas. Como Secretária das Finanças deixou a Região à beira da bancarrota sem que houvesse nenhuma crise europeia nem global. Os açorianos não se esqueceram destas más experiências.
O PS/Açores continuará a trabalhar e a apresentar as melhores propostas para os problemas actuais e futuros da Região e, com uma candidatura nova e experiente, será de novo, em Outubro, o maior partido da Região porque nele estará incluída a grande maioria dos açorianos e açorianas.
Vamos defender os açorianos e as açorianas contra modelos encapotados de ditadura económica idênticos aos que o Governo da Republica todos os dias aprofunda. Vamos defender a autonomia dos tiques centralistas que têm sido timbre dos governos do PSD. Sim, hoje todos sabem que foram os governos socialistas de Guterres e Sócrates que fizeram justiça aos Açores com as Leis de Finanças Regionais e, desde já avisamos, que vamos estar muito atentos ao tratamento dos Açores em relação à Madeira.
Mas mais importante do que o que disse a Presidente do PSD/Açores foi o que não teve coragem de dizer.
É inacreditável como, num discurso de quase uma hora, Berta Cabral não tenha dispensado um único minuto para denunciar a austeridade sem limites que o seu companheiro Passos Coelho está a impor a todos os açorianos.
Mais uma vez, Berta Cabral mostra ser a maior apoiante de Passos Coelho e da sua política, nem se importando que este Primeiro-Ministro esteja a atirar milhares de pessoas para a pobreza e a sufocar a economia e as empresas.
Bert Cabral não pode falar quase uma hora e não denunciar, por um minuto que seja, que o corte do subsídio de Natal já retirou 20 milhões de euros da economia açoriana, sendo um enorme garrote no pequeno comércio.
Ou que a recessão em que o país mergulhou, devido a medidas que nem a troika se atreveu a propor, está a atirar milhares de pessoas para o desemprego e para a desprotecção social súbita.
Se Berta Cabral quiser ser honesta politicamente consigo mesmo e, principalmente, com os açorianos, amanhã, olhos nos olhos com Passos Coelho, terá de afirmar que o PSD/Açores discorda frontalmente do que o Governo da República está a fazer aos Açores e às Famílias e Empresas da Região.
Se assim não fizer, fica provado que este Congresso do PSD foi uma perca de tempo e de dinheiro.