O líder parlamentar do PS/Açores afirmou, esta quinta-feira, que o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou que a excessiva austeridade que o Governo de Passos Coelho está a impor aos portugueses poderá levar à “implosão do país”.
“A austeridade que este Governo da República está a impor aos portugueses já assusta o próprio FMI, que já avisou que mais austeridade pode fazer implodir o país e o Governo”, salientou Berto Messias, que falava no debate parlamentar que está a decorrer na cidade da Horta.
Segundo o Presidente da bancada socialista, o que o Governo da República chefiado por Passos Coelho tem “feito nos últimos meses e a postura de muitos dos seus ministros faz lembrar um ditado conhecido, mas ao contrário: Para ser sério não basta parecer, é preciso ser”.
Segundo Berto Messias, o actual Governo da República do PSD e CDS está utilizar o memorando assinado por Portugal com a troika “para impor uma agenda de austeridade a Portugal, que é, aliás, a agenda que o Primeiro-Ministro acredita há longos anos”.
“Para o PS, o que consta do memorando da troika era o limite máximo de sacríficos a pedir aos portugueses. Com estas medidas e com a postura do Governo da República, para o PSD, este memorando é o limite mínimo a pedir aos portugueses”, lamentou o líder parlamentar socialista.
Perante os deputados açorianos, Berto Messias salientou, ainda, que o executivo de Passos Coelho até já toma “medidas às escondidas dos portugueses e das próprias instituições”, como se prova com o processo de proibição de acesso às reformas antecipadas e com o anúncio que, afinal, os subsídios de férias e Natal não seriam repostos em 2013.
“A forma como o Governo da República tornou público que não iria repor os subsídios de férias e de Natal no fim de 2013, como se tinha comprometido anteriormente, agrava profundamente a desconfiança dos portugueses para com os responsáveis políticos”, disse Berto Messias.
“Houve, assim, o rasgar de compromissos por parte do Primeiro-Ministro para com os portugueses e para com o que se tinha comprometido”, garantiu Berto Messias, que garantiu que o corte do subsídios e férias de Natal e a proibição de reformas antecipadas não constam do memorando de entendimento da troika, mas “foram, pura e simplesmente, impostas por este Governo”.
No debate parlamentar, o deputado do PS/Açores assegurou, também, que o país está, actualmente, “muito pior do que estava antes das últimas eleições legislativas nacionais, com o Governo a fazer a exactamente o contrário do que Passos Coelho prometeu na campanha eleitoral”.