O candidato do PS/Açores à Presidência do Governo Regional anunciou uma Solução Açoriana para uma Televisão e Rádio dos Açorianos, que passa pela criação de uma empresa totalmente pública e regional, que será financiada pelos 11 milhões de euros anuais que a RTP nacional prevê para a actual “janela” e pelo montante da taxa do audiovisual.
“Para o funcionamento do modelo da “janela”, segundo os cálculos da própria RTP nacional, são estimados custos na ordem dos 11 milhões de euros. Com esse montante é possível fazer mais e melhor, nomeadamente, em termos de um verdadeiro canal de televisão e uma verdadeira estação de rádio”, adiantou Vasco Cordeiro aos jornalistas.
Depois de ter reunido, nos últimos dois dias, com a Subcomissão de Trabalhadores e com a nova Direcção da RTP/Açores, Vasco Cordeiro adiantou que esses 11 milhões de euros, mais as verbas resultantes da taxa do audiovisual cobrada na Região, devem ser transferidos para os Açores, a quem caberá organizar e por no ar um canal de televisão e uma estação de rádio “visando a presença nos Açores, no espaço nacional e nas Comunidades Açorianas”.
“Para além desta transferência financeira, devem ser assegurados aos Açores a cedência gratuita dos direitos de transmissão dos programas que sejam transmitidos nos canais nacionais de serviço público, o arquivo da RTP/Açores, imóveis e equipamentos”, afirmou o candidato socialista.
Com estes pressupostos cumpridos, a Região constituirá uma empresa cem por cento pública e regional, anunciou Vasco Cordeiro, ao adiantar, ainda, que esta proposta a apresentar ao Governo da República, após as eleições de Outubro, integrará a situação dos recursos humanos da actual RTP/Açores, os quais são da responsabilidade da RTP.
“Os interesses dos que, eventualmente, não sejam contratados por essa nova empresa regional devem ser acautelados pela RTP e esse processo será acompanhado pelo Governo dos Açores”, disse.
Outro ponto fulcral tem a ver com os órgãos de gestão da nova empresa: Vasco Cordeiro quer que sejam propostos pelo Governo dos Açores com a necessária ratificação por dois terços da Assembleia Legislativa.
“Com estes pressupostos reunidos, o Governo dos Açores liderado por mim tem condições para dar aos Açorianos aquilo que é seu por direito: um verdadeiro serviço público de televisão e de rádio”, realçou.
Após a reunião de hoje, Vasco Cordeiro salientou que “o modelo já implementado pelo Governo da República não serve os Açorianos, porque não honra o passado e a importância que a televisão e a rádio tiveram e têm na construção da identidade regional e na forma como podem potenciar esta coesão e essa entidade regional”.
“É uma má solução para a Rádio e para a Televisão nos Açores e, por conseguinte, é uma má solução para os Açorianos”, concluiu Vasco Cordeiro.