O candidato do PS/Açores à Presidência do Governo Regional, Vasco Cordeiro, manifestou hoje a sua “posição clara” contra o pagamento da alegada dívida da Região ao Serviço Nacional de Saúde, ao afirmar que este assunto é, em primeiro lugar, “uma questão de dignidade dos Açorianos”.
“Não existe qualquer dívida. Esta não é apenas uma questão técnica ou constitucional, mas também de dignidade dos Açorianos, que são portugueses e que vivem nestas ilhas”, afirmou Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas.
Depois de ter visitado o novo hospital da Ilha Terceira, o candidato socialista adiantou que, nesta matéria das alegadas dívidas à República por tratamentos feitos por Açorianos no Continente, “não pode haver posições de meio-termo, mas sim uma posição clara, transparente e definida. Não existe dívida e o que fundamenta esta posição é, exactamente, a dignidade dos Açorianos”.
Vasco Cordeiro adiantou que o Serviço Regional de Saúde (SRS) enfrenta, assim, muitos desafios que “devem transcender as fronteiras partidárias, sobretudo, nas questões de relacionamento com a República”.
“O que deve estar em causa é se defendemos os interesses dos Açorianos no acesso a cuidados de Saúde ou se hesitamos nesta defesa”, alertou Vasco Cordeiro, ao assegurar que, da sua parte, não “hesitará nesta defesa” de garantir serviços de saúde à população do arquipélago.
“É disso, também, que se trata quando se fala de defender a Autonomia”, afirmou, após ter visitado o novo Hospital de Santo Espírito e de ter reunido com os seus responsáveis.
O candidato do PS/Açores realçou, por outro lado, que existem aspectos que “urge aperfeiçoar ao nível da gestão do SRS, nomeadamente, ao nível da componente de financiamento”, mas defendeu que isso “deve ser feito dentro da Região, com os recursos que temos e gerindo-os bem”.
“Para o direito que os Açorianos têm de aceder à Saúde, não é benéfico querermos que outras entidades externas entrem na resolução ou na gestão deste sistema”, afirmou Vasco Cordeiro, ao reafirmar a sua posição de “defesa absoluta” de uma “via açoriana” para a resolução deste desafio.
Para isso, Vasco Cordeiro pretende reforçar as transferências financeiras do Orçamento Regional para o SRS e implementar medidas que melhorem a gestão e a racionalidade do sector.
Recordou que, entre 2010 e 2011, o SRS conseguiu poupar 24 milhões de euros, um volume significativo de verbas que dá conta do potencial que existe para uma gestão melhor e mais racional deste sector.
“Isso prova que é possível continuar a racionalizar no futuro, sem necessidade de intervenção do Governo da República, que o que faria, se tivesse oportunidade de por mão neste sector, seria encerrar serviços, como está a fazer no continente”, alertou.