O Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Berto Messias, anunciou, esta quinta-feira, na intervenção final relativa ao debate do Plano e Orçamento, na Assembleia Legislativa dos Açores, que os socialistas irão viabilizar propostas de alteração de todos os partidos da oposição.
“Assumimos com a necessária coragem política um rumo diferente do seguido a nível nacional. A nossa prioridade é clara: proteger o máximo possível as famílias, ajudar as empresas e minimizar os danos da crise que nos assola,” garantiu. Para Berto Messias, a análise aos documentos apresentados pelo Governo açoriano não pode ser feita sem ter em conta a difícil conjuntura macroeconómica europeia e as políticas recessivas da austeridade nacional. Apesar de este ser um Plano e Orçamento de contenção, não deixa de “consubstanciar a matriz social de que o PS/Açores se orgulha. É evidente que gostaríamos de ir mais além. Mas nos Açores, não cometemos a irresponsabilidade de comprometer as gerações futuras. Isso é reconhecido por todas as entidades externas”, afirmou ao salientar que a dívida pública regional corresponde apenas a 19% do PIB e o défice nos Açores atingiu, em 2012, os 0,4%. Números bem diferentes dos mais de 120% de endividamento nacional e dos 6% de défice na República.
Para o líder parlamentar dos socialistas açorianos, “se as atuais circunstâncias elevam a exigência relativamente ao governo, isso também não é menos verdade no que se refere aos partidos da oposição.” Berto Messias referiu, a propósito, que “uma democracia madura não se compadece com uma oposição que também não evolui quando tudo à sua volta muda”. Por isso, apelou ao sentido de responsabilidade dos restantes partidos parlamentares para que façam uma oposição responsável e abandonem a permanente tática de guerrilha.
De acordo com Berto Messias, o Plano e Orçamento apresentado pelo Governo Regional traduz duas prioridades políticas. “Quando na Europa e no País se cortam apoios sociais e se destrói todo o esforço de várias gerações de políticos e de políticas que tudo fizeram para conferir à população os limites mínimos da dignidade humana, nos Açores afirmamos a matriz socialista que nos define, mantendo e reforçando os apoios sociais que existem na Região e pondo a nossa autonomia ao serviço das pessoas.” O combate ao desemprego assume, igualmente, relevância central nos documentos que estiveram em debate. “As medidas constantes do Plano e Orçamento de apoio ao emprego e às empresas e a operacionalização da Agenda Açoriana para Criação de Emprego e Competitividade Empresarial, quer ao nível conjuntural e imediato, quer ao nível estrutural de médio prazo são uma opção política fundamental que deveria servir de exemplo para o resto do país”, afirmou.
Reiterando que a governação nos Açores é melhor que no resto do País, Messias enfatizou que o PS/Açores tem vindo a exigir mudanças no rumo do país porque “apesar do nosso esforço, as más políticas nacionais podem destruir boas políticas regionais”.
A defesa da sustentabilidade Autonomia mereceu também destaque. Para o líder da bancada socialista, este “é hoje um imperativo político que devia, verdadeiramente, convocar todas as forças políticas da nossa Região”. Por isso lamentou que “alguns partidos não percebam – ou não queiram perceber – que quando insistem, por mero calculismo político, em puxar os Açores para baixo, fazem o jogo dos inimigos da autonomia. Quando se deixam levar pela retórica, quando não resistem à tentação e cedem à demagogia e ao populismo, não prestigiam os órgãos próprios da autonomia regional e, com isso, não prestam um bom serviço aos açorianos”.
Berto Messias referiu-se ainda à necessidade de se ter “cuidado quando se discutem problemas de pobreza e de emergência social, sob pena de resvalarmos para um registo demagógico, populista e pouco digno do momento que atravessamos”, garantindo que o PS/Açores “jamais se aproveitará de situações de pobreza e de emergência social para fazer politiquice”.
Messias manifestou-se ainda confiante que os açorianos serão capazes de ultrapassar as dificuldades. “Já vivemos situações negativas no passado. Já provamos que somos capazes de vencer as dificuldades. Somos um povo de resistentes”.
Por último, o líder parlamentar concluiu citando um jovem açoriano que questionado sobre o que significava a Autonomia Regional respondeu que a “Autonomia Regional é andar de cabeça erguida”.
“Nós não nos resignaremos, não baixaremos os braços contra a adversidade, para que todos os açorianos continuem a andar de cabeça erguida”, concluiu.