O Presidente do PS/Açores defendeu, este sábado, que nos Açores, ao contrário do que acontece na República, o poder local é visto como parte da solução e não como parte do problema. “Infelizmente, existe, ao nível da República, a tentação de considerar o poder local como uma carga para o funcionamento do Estado. É isso que acontece quando se apresenta as alterações à Lei de Finanças Locais e quando se tem um entendimento de extinção de freguesias”.
Para Vasco Cordeiro, nos Açores, “o PS não considera o poder local como uma carga, como um custo ou como algo que pode ser sacrificado no altar das finanças públicas”. O líder socialista, que falava na sessão de abertura das II Jornadas Autárquicas que se realizam, este sábado, na Ribeira Grande, defendeu que “o poder local deve ser reafirmado como um dos pilares fundamentais da nossa democracia e do funcionamento do Estado”. Vasco Cordeiro preconizou que destacar “a natureza de um poder local que mais próximo está dos cidadãos é, na atual conjuntura, um grande serviço que se presta à nossa democracia e à defesa de uma estrutura de poder local que deve continuar a servir as pessoas.”
O líder do PS/Açores reiterou que “os tempos presentes exigem uma abordagem por parte do poder local que deve considerar que está, também, obrigado – que deve estar também ele motivado – para a satisfação de três grandes objetivos: criação de emprego, apoio às famílias e dinamização económica.”
Para Vasco Cordeiro, o poder local tem de se inspirar nos valores da esquerda democrática no sentido de “assumir a dianteira num combate de valorização das pessoas”, principalmente quando o Governo da República decide “descarregar austeridade em cima de austeridade sobre famílias, pensionistas, idosos e reformados”.
Na sessão de aberturas das Jornadas que têm como lema “Autarquias: Novos tempos, novos desafios”, Vasco Cordeiro assumiu que o PS marca a diferença em relação à perspetiva política que grassa no Continente. “Aqui nos Açores queremos seguir um caminho diferente. Um caminho onde as autárquicas locais são um parceiro e não, como se faz na República, que vê nas autarquias locais um estorvo. Um caminho diferente que o PS quer seguir nos Açores de considerar o poder local como parte integrante das tarefas de progresso, de desenvolvimento e de vencer a conjuntura com que estamos confrontados e não, como acontece no continente onde se considera as autarquias locais uma caso à parte nestas tarefas”.
Vasco Cordeiro criticou ainda os partidos à direita do PS que não têm estado à altura da dignificação do papel e da importância do poder local democrático.
O líder socialista finalizou a sua intervenção recordando que ”o que está hoje em causa é dizermos às açorianas e açorianos de cada uma das juntas de freguesia da nossa Região que podem contar connosco porque estamos aqui para trabalhar para ajudar a ultrapassar as dificuldades e porque acreditamos que é possível construir um futuro melhor”.