A deputada do PS/Açores, Marta Couto, manifestou, esta quinta-feira, a estupefação do Grupo Parlamentar do PS/Açores com a proposta de programa de Autoemprego apresentada na Assembleia Legislativa dos Açores pelo deputado social-democrata, Cláudio Almeida. Para além do PSD ter optado por descurar o parecer da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores que alertava para a inviabilidade do Projeto de Decreto Legislativo Regional, a proposta do PSD não merece aprovação do PS. “Este projeto simplesmente não faz qualquer sentido e ilude os jovens com o pagamento do rendimento mensal nele previsto sem quaisquer garantias de futuro ou mesmo de presente. É injusto, desequilibrado e mal redigido”, criticou Marta Couto.
Para a deputada socialista, a proposta apresentada “não visa empresas que se posicionem em setores estratégicos para a Região, como previsto, por exemplo, no Empreende Jovem”. A este propósito, Marta Couto manifestou surpresa ao verificar que a proposta do PSD prevê apoiar projetos de autoemprego jovem em áreas inexistentes no arquipélago, por exemplo, a extração de petróleo bruto e de gás natural ou ainda a fabricação de coque, de produtos petrolíferos refinados e de aglomerados de combustíveis. “Ora, como os Açores têm uma tradição enorme a nível de extração de minérios e somos um autêntico Texas a nível de poços de petróleo, não percebo que saída e que oportunidades é que estão a dar aos jovens açorianos com esse programa”, ironizou a deputada. “O desplante é, no mínimo, surpreendente e não pela positiva. Era bom que, ao menos uma vez, o PSD tivesse o cuidado de verificar a viabilidade das propostas que apresenta de forma séria e responsável, sem laivos de populismo.”
Intervindo também no debate, o Vice-Presidente da bancada socialista, Francisco César, considerou inacreditável a ausência de solidariedade da direção do Grupo Parlamentar do PSD que perante os erros da proposta apresentada pelo deputado Cláudio Almeida se tenha remetido ao silêncio tendo sido necessário outro partido solicitar um intervalo regimental para resolver o embaraço da bancada parlamentar social-democrata.
Ao ser confrontado com as críticas, o PSD acabou por solicitar a baixa do projeto à Comissão Parlamentar competente reconhecendo os erros contidos na proposta.