“Em 2011, nos Açores, a taxa de abandono escolar foi de 2.36%, contra os 17,15% que eram registados em 1991, de acordo com os dados publicados pelos Censos, de 10 em 10 anos”, frisou Catarina Moniz Furtado.
A deputada socialista falava esta terça-feira, na Assembleia Legislativa Regional, na cidade da Horta.
Catarina Moniz Furtado explicou que as “taxas de abandono escolar dizem respeito àqueles que saem da escola sem terem atingido os limites etários da escolaridade obrigatória, que eram até 2007 de 9 anos de escolaridade ou de 18 anos de idade. É preciso ver que a partir desse ano, a escolaridade obrigatória engloba 12 anos de escolaridade”.
Para a deputada, esta quebra de 15% no abandono escolar é “o apuro daquilo que é a realidade na nossa Região Autónoma”.
Catarina Moniz Furtado lamentou que “os partidos da oposição tenham sido useiros e vezeiros em confundir conceitos”, considerando que quando “não têm mais nada a que se agarrar na área da educação, usam como boia de salvação a confusão dos conceitos ‘Abandono Escolar’ e ‘Taxa de Abandono Precoce de Educação e Formação’”.
A parlamentar socialista clarificou que a Taxa de Abandono Precoce de Educação e Formação, à qual “a oposição tanto gosta de se agarrar”, assenta num “inquérito telefónico em termos de emprego e qualificação, através de um questionário imenso em que, de quando em quando, há uma pergunta sobre formação, quer seja formação formal ou informal”.
“É preciso ter em conta que, por exemplo, a formação musical em bandas filarmónicas ou workshops de escuteiros contam para a formação informal, embora as pessoas possam não o reconhecer, quando no decorrer de 100 perguntas lhes é perguntado se tiveram algum tipo de formação nos últimos três anos”, apontou Catarina Moniz Furtado.
Ainda assim “mesmo estas taxas eram na Região de 57% em 2003 e em 2013 são de 36%, o que representa mais de 20 pontos percentuais em 10 anos”, salientou.
A deputada socialista lamentou que “haja partidos saudosistas do passado, quando não havia insucesso escolar, simplesmente porque a escola era só para alguns e todos os outros nem sequer a frequentavam; é esta a razão pela qual não havia insucesso escolar nesse período”.
“O PSD e o CDS deviam indignar-se quanto ao encerramento de escolas no continente, onde constituem governo, e onde nos últimos dois anos esta coligação encerrou mais de 500 escolas e já tem anunciado o encerramento de mais 400 escolas”, finalizou Catarina Moniz Furtado.