“Os Açores foram pioneiros em medidas de educação que só agora são replicadas no continente”, lembrou Cláudia Cardoso

PS Açores - 9 de dezembro, 2014
“Foram os Governos dos Açores do Partido Socialista que introduziram medidas no sistema educativo regional que só agora o Governo da República está a implementar, como por exemplo a introdução do ensino do inglês no primeiro ciclo, as aulas de apoio ou a integração dos alunos com necessidades educativas especiais nas escolas de ensino regular”, lembrou Cláudia Cardoso. A deputada socialista falava esta terça-feira em plenário regional, na cidade da Horta. Cláudia Cardoso considera que a “questão dos rankings escolares é redutora”, porque “estaremos sempre a comparar escolas inseridas em meios culturais e sociais totalmente díspares, misturando ensino privado com ensino público, meios rurais com meios urbanos”. Para a socialista, o “debate do insucesso escolar é um debate válido e digno de preocupação”, mas “não deve ser sujeito a dramatizações exageradas”. “O que é triste neste debate é ver que os partidos da oposição exigem sucesso instantâneo ou que manifestam uma certa alegria quando as coisas em matéria de educação, nomeadamente no insucesso escolar, não correm bem. Devemos querer fazer parte da solução e não do problema”, apelou Cláudia Cardoso. A parlamentar socialista frisou que, ao longo dos últimos anos, se “verificou uma evolução na educação, nos Açores”, fruto de medidas como o “Projeto Fénix, dos apoios a português e matemática no 1º ciclo”, lembrando que “o nosso ponto de partida é muito inferior ao de outros países e mesmo em relação ao resto do país; os Açores têm características sociais muito diferentes – não atender a isto é tapar parte do problema”. Cláudia Cardoso frisou que a “escola de hoje não pode ser comparada à escola dos anos 80 ou 70” do século passado, porque “estamos a falar de uma escola que se massificou”. “Nós temos hoje na escola todos os alunos e na altura em que o PSD governava os Açores, tínhamos nas escolas uma elite; é muito fácil conseguirmos bons resultados quando apenas os melhores alunos frequentam a escola, mas se repararmos na taxa de analfabetismo, essa era de facto superior à dos dias de hoje”, destacou a deputada socialista. “Não é correto termos alunos nas escolas a serem quase exclusivamente preparados para obter bons resultados nos exames. É preciso ter em atenção que os alunos estão na escola para serem formados, para serem educados e não apenas para se prepararem para ser avaliados. Nós devíamos repensar este pendor excessivamente avaliador que o sistema educativo adquiriu – não podemos ter uma perspetiva redutora que reduza tudo a rankings e a cartas escolares”, finalizou Cláudia Cardoso.