“Não escondemos que existem, já existiram e irão sempre existir dificuldades neste sector, que dependem das questões ambientais que favorecem ou não períodos de maior ou menor abundância no caso das espécies pelágicas e da exploração sustentada dos recursos piscícolas”, afirmou Mário Tomé. No entanto, “a paragem do Goraz, ou outras espécies, por período de defeso e/ou por paragem biológica, não se aplica, neste momento, no sector pesqueiro Açoriano”, realçou o deputado do Grupo Parlamentar do PS Açores, esta quarta-feira na Horta.
“A paragem obrigaria a uma estagnação total da frota Açoriana, ou cerca de 90% da frota, com implicações inerentes a toda a fileira da pesca, podendo levar à falência de inúmeras empresas no setor”, garantiu o deputado Mário Tomé, durante o debate em que a petição sobre a “situação das Pescas nos Açores”, esteve em análise. “A consequência desta paragem de pesca seria nefasta para a economia Açoriana, dado a procura existente pelo nosso peixe, ao circuito comercial conquistado e consolidado”, acrescentou.
Mário Tomé saudou todos os peticionários, “assim como todos os pescadores Açorianos e todos os intervenientes da fileira da pesca”, elogiando a participação da sociedade civil em matérias importantes para a Região, mas recordou, também, que “as 11 associações representativas da Federação das Pescas são contra a paragem”, conforme manifestou durante os trabalhos em Comissão, a própria Federação.
“Como pode o maior partido da oposição e os seus responsáveis continuar a alimentar falsas expetativas aos nossos pescadores sobre paragem biológica? Sejamos realistas! Os pescadores Açorianos não querem parar de pescar, como os senhores pretendem. Pretendem é que sejam criados mecanismos de sustentabilidade dos seus rendimentos e é nessa matéria que devemos, todos nós aqui, encontrar as melhores soluções”, sublinhou.
Pescadores, armadores, empresários e Governo Regional têm feito “um trabalho consistente e evolutivo” e, acrescentou Mário Tomé, “todos os intervenientes do sector pesqueiro, têm obrigações, quando surgem dificuldades de capturas, quando há mais escassez de peixe”, para que não sejam os pescadores os “mais penalizados”. O deputado do Grupo Parlamentar do PS defende, também, que “a distribuição dos rendimentos deve ser mais equitativa, não pode ser o pescador o que menos recebe dos proveitos totais da primeira venda até ao consumidor final”.