O projeto Terceira Tech Island (TTI), idealizado há cerca de dois anos e meio, “é uma realidade muito forte no contexto económico da ilha Terceira e dos Açores”, afirmou hoje o Vice-Presidente do Governo.
Sérgio Ávila falava, na Praia da Vitória, na cerimónia de inauguração do polo tecnológico da empresa nacional Bool – Software Consulting, que, na ilha Terceira, conta com sete programadores formados no âmbito do TTI e pretende contratar mais três a curto prazo, estando sempre ativamente à procura de novos talentos locais para a produção de software.
“Hoje temos mais de 20 empresas já instaladas e o Terceira Tech Island criou já mais de 170 postos de trabalho diretos em termos de programação das empresas que estão instaladas”, frisou Sérgio Ávila, acrescentando que “o Terceira Tech Island não é só aquilo que já representa, mas também um enorme potencial de crescimento para os próximos tempos”.
Neste sentido, anunciou que, mesmo na conjuntura atual marcada pelos constrangimentos da pandemia de COVID-19, por via de reduções e confinamentos, o Terceira Tech Island captou mais três novas empresas tecnológicas, que estão em fase de instalação na Praia da Vitória.
“E temos cinco empresas que já estavam instaladas no âmbito do Praia Links e nos outros espaços disponibilizados pela Câmara Municipal, que, pelo facto de crescerem significativamente, quer em termos de contratação de recursos humanos, quer em termos da sua atividade, irão nos próximos meses instalar-se também em edifícios próprios no centro da Praia da Vitória”, revelou Sérgio Ávila.
Para o Vice-Presidente, isto significa que, além do aumento de empresas com novas instalações, existe um crescimento significativo em termos da sua atividade e da contratação de recursos humanos.
“O que assinalamos hoje não é apenas a inauguração de mais uma empresa e de novas instalações, é um exemplo de várias que vão continuar a acontecer ao longo dos próximos meses”, referiu.
Na sua intervenção, Sérgio Ávila revelou que, em termos de vencimentos, o Terceira Tech Island representa, desde o seu início e até ao final de 2020, mais de 3,5 milhões de euros de remunerações na ilha Terceira e no concelho da Praia da Vitória.
“Isto tem um impacto económico muito forte, porque, além da qualificação e do aproveitamento dos recursos humanos, além do fator de exportação, apenas em remunerações aos seus colaboradores, aos seus programadores, neste espaço de quase três anos, representou um acréscimo de rendimento bruto superior a 3,5 milhões de euros”, sublinhou.
Por isso, acrescentou, este investimento revela-se “extremamente reprodutivo e importante”, sendo que, neste sentido, há que continuar a olhar para o futuro.
“Ter conseguido neste período de pandemia captar e instalar mais três novas empresas e ter mais cinco que vão se mudar para instalações próprias e ampliadas, face ao seu crescimento em termos de recursos humanos, é um sinal muito significativo daquilo que é a trajetória que pretendemos ter”, reforçou o governante.
O Vice-Presidente lembrou, nesse sentido, os objetivos principais do projeto TTI, os quais se focam na criação de condições para a fixação de empresas na área tecnológica, de modo a permitir o desenvolvimento de software e a criação de postos de trabalho qualificado, pretendendo atenuar os efeitos sociais e económicos da redução do contingente norte-americano na Base das Lajes.
“Penso que é consensual neste momento que estamos a conseguir cumprir este objetivo. E aquele padrão de referência que tínhamos não só estamos a concretizá-lo, como também, segundo tudo o que aponta os próximos tempos, espera-se que seja significativamente reforçado”, adiantou.
Neste contexto, Sérgio Ávila disse que o percurso se faz e continua a fazer porque, por um lado, as empresas nacionais apostaram neste projeto e, por outro, a qualidade dos recursos humanos não deixa margem para dúvidas.
“Nós provámos que temos aqui, nos Açores, recursos humanos capazes, competentes, para competir à escala mundial. Não é a localização geográfica que, nesta matéria, é importante, mas sim a qualidade dos trabalhadores. Temos aqui pessoas tão competentes que permite produzir software para a Europa, para os Estados Unidos e para qualquer outro país”, frisou.
Para o governante, a partir dos Açores, a meio do Atlântico, é possível ser tão ou mais competitivo numa área como a tecnológica, em igualdade de circunstâncias, à escala mundial, uma vez que as mais valias da competitividade estão na capacidade para atrair empresas e na qualidade dos recursos humanos.
“Porque a qualidade dos recursos humanos tem a ver com o nosso potencial, com a nossa vontade de trabalhar e com a nossa capacidade de concretizar, e não com a localização geográfica ou com as limitações de uma ilha. Estamos a dar o exemplo”, salientou o Vice-Presidente do Governo.
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