“O Governo Regional dos Açores tem toda a solidariedade que é importante para benefício do Povo dos Açores”, reiterou Vasco Cordeiro. No entanto, “não abdicamos, nem abdicaremos, de apresentar as propostas que entendemos, sejam elas mais ou menos confortáveis para o Governo ou para o senhor deputado Pedro Nascimento Cabral”, acrescentou o Presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, no âmbito de uma Declaração Política do PSD.
Vasco Cordeiro exortou o PSD e o Governo Regional a preocuparem-se mais com a situação atual e com o futuro dos Açores e dos Açorianos, do que com o Partido Socialista: “Não estou preocupado nem com as críticas ao Governo, nem com esta fixação que Vossa excelência tem no meu papel e até na minha pessoa. Preocupa-me mais a situação de famílias, de empresas, a situação de empresários, a situação de trabalhadores, a situação que, no fundo, deriva não só desta pandemia, mas de um conjunto de outros aspetos”.
Em concreto, o Presidente do GPPS/Açores reiterou a sua preocupação com a situação que se vive, nomeadamente na ilha de São Miguel: “É nossa convicção, e nossa proposta, que o reforço de vacinas que veio para a Região deveria ter sido aproveitado para reforçar a vacinação em São Miguel, dessa forma não retirando uma única vacina que fosse a outras ilhas, mas garantindo que tínhamos outras condições para sair o mais rapidamente possível desta situação”.
Quanto à solidariedade exigida pelo PSD, Vasco Cordeiro esclareceu que “o PS, está solidário com o Povo Açoriano nesta situação de pandemia e está, também, solidário com o Governo da nossa Região, nos exatos termos em que cada um dos Partidos que apoia e que constitui o Governo da nossa Região, o fez há um ano atras”. E recordou as palavras do então deputado Artur Lima, atual vice-presidente do Governo, que disse: “A democracia não se suspende”.
Vasco Cordeiro recusou a ideia que o PSD defende, de uma “espécie de União Nacional, em que toda a gente entrasse naquela postura em que não se fala” e exortou o Presidente do Governo a dedicar-se mais aos Açorianos: “Talvez fosse útil preocupar-se mais em saber como é que se é Governo do que como é que se é Oposição – os Açores beneficiariam mais disso!”.
Lamentando o “desconforto pouco democrático” que o PSD indicia com a questão da solidariedade, sublinhou: “O Governo Regional dos Açores tem toda a solidariedade que é importante para benefício do Povo dos Açores. O Governo Regional dos Açores vive numa democracia e nessa democracia aquilo que é o papel de cada um dos Partidos, não pode ser olvidado”.
Vasco Cordeiro assegura que “não há falta de solidariedade” e que o PS se tem “refreado” nas críticas ao Governo, por estar mais preocupado com a situação do Povo Açoriano, mas lamentou a indecisão do PSD que “não sabe bem como se posicionar face à oposição e ao Partido Socialista: se há de elogiar quando são apresentadas propostas ou se há de criticar quando são apresentadas propostas”.
A este propósito recordou que no plenário passado, quando apresentou uma Declaração Política com propostas concretas, recebeu elogios por parte dos deputados e do Governo. No entanto, quando destacou essas mesmas propostas, numa visita a Rabo de Peixe mereceu “as críticas mais viperinas por parte do Senhor Secretário da Saúde” e de outros senhores deputados.