“Vivemos um momento em que as eleições autárquicas são particularmente desafiantes face a uma realidade em que quem perdeu eleições nos governa, e quem ganhou não está, neste momento, no Governo”, considerou, este sábado, o Secretário Coordenador do PS/Terceira, para transmitir que essa realidade só nos deve “fazer reforçar a nossa capacidade de demonstrar que somos a melhor solução para cada uma das nossas localidades, para a nossa ilha e para a nossa Região”.
Para Sérgio Ávila, que intervinha no encerramento das Jornadas Autárquicas do PS/Terceira, o objetivo de quem se une apenas com a intenção de tirar os outros do Governo, termina no momento em que concretiza essa ação, destacando de seguida “a falta de ideias e de projetos” deste Governo, ou a tentativa de fazer “passar como novo, aquilo que antes já era feito, mudando apenas os nomes”.
Numa referência à nova geração de programas de emprego, anunciada por este Executivo, o Socialista assegura não serem “nem mais, nem menos, do que os programas de emprego que já existiam antes” o que, “por falta de ideias ou porque reconhecendo que o que estava a ser feito, estava a ser bem feito”, apenas se conseguiu alterar o nome.
Mas ainda nesta matéria, Sérgio Ávila assinalou o anúncio, no dia de hoje, do reforço do número de voos inter-ilhas, para considerar não estarem a fazer mais do que a sua reposição, sublinhando que já antes “eram repostos consoante a procura”, e que mesmo com os agora anunciados “fica muito abaixo do que havia em anos anteriores”.
Acrescenta ainda que, o facto de não terem nada de novo para apresentar, fez com que fosse anunciado “que tinham conseguido um reforço, negociado com a Comissão Europeia, de 117 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, para reforçar o apoio às empresas Açorianas e que passavam a ter acesso a programas nacionais”, tudo matérias alcançadas nos últimos dias, mas, de acordo com o Secretário Coordenador do PS/Terceira, já desde 15 de outubro do ano passado que o anterior Governo, da responsabilidade do Partido Socialista, tinha conhecimento dessa informação, considerando por isso gravoso que se apresente “como fruto do seu trabalho aquilo que já estava decidido”.
Mas em mais um claro exemplo, Sérgio Ávila referiu a integração dos trabalhadores na Administração Pública, anunciada como medida inovadora, para assegurar ser uma cópia da medida em vigor no ano passado, com a diferença de que “no ano passado integrámos os trabalhadores da Administração Pública, Administração Direta e Indireta, e dos programas ocupacionais, incluindo os Hospitais”, enquanto que, este ano “copiaram mal e retiraram o acesso aos quadros da administração de quem estava nos programas de ocupação nos hospitais”, criticando assim a falta de inovação e de novidade deste Governo.
Mas também em relação à ilha Terceira, o Secretário Coordenador salientou que as reivindicações que os partidos que integram o Governo faziam no passado, estão agora esquecidas ou acabaram ostensivamente, dando como exemplo a extinção da SDEA que contribuiu para acabar com o Terceira Tech Island, “um projeto que muito desenvolveu a Praia da Vitória, esta cidade e esta ilha, criando muitas centenas de emprego e muitas esperanças no futuro”.
Mas ainda nesta matéria, o Socialista refere o facto de o anúncio da extinção da SDEA ter ocorrido a nove de dezembro, enquanto o estudo da unidade de missão que baseou a sua extinção, sob o pretexto de que essa entidade não tinha captado investimento, ter sido concluído apenas no dia 21 desse mesmo mês, mas, “nestes sete meses tenho visto o Governo a inaugurar investimentos privados que foram feitos, com investimento captado, concretizado e apoiado pela entidade que achavam que não tinha feito nada disso”, afirmou.
A par destes exemplos, Sérgio Ávila mencionou ainda outras reivindicações do passado que agora caíram no esquecimento, como os voos internacionais para a ilha Terceira, o Posto da Praia e o Turismo, para denunciar a extinção, na passada sexta-feira, da Agência de Qualificação e Emprego de Angra do Heroísmo e da Horta.
“A Agência de Qualificação e Emprego de Angra do Heroísmo era uma entidade que apoiava e acompanhava todos os que estavam desempregados”, considerou o Secretário Coordenador do PS/Terceira, referindo que neste caso está se a pôr a ilha “sem uma entidade fundamental para apoio ao desemprego, para a promoção da qualificação e a promoção da vida das pessoas da nossa ilha”, denunciou o Socialista.