“Foi com total desagrado que na passada sexta-feira tomamos conhecimento, através de uma resolução do Conselho de Governo, de que o serviço público de transporte de passageiros e viaturas para a ilha de Santa Maria será simplesmente extinto, pelo menos durante os próximos dois anos, podendo mesmo chegar aos três”, lamentou Bárbara Chaves, Secretária Coordenadora do PS/Santa Maria.
A candidata do PS à Câmara Municipal de Vila do Porto, que sublinha já terem percebido, “com desagrado, a opinião do Dr. Mário Fortuna sobre esta matéria”, refere nunca ter acreditado “que o Governo Regional a pudesse materializar, por ser manifestamente má para Santa Maria”.
Destacando a facilidade com que se extingue um serviço público de transporte marítimo de passageiros que estava a ser desenvolvido há largos anos pela Atlânticoline, Bárbara Chaves sublinha que esta operação, “apesar de ter aspetos a melhorar, é certo, era um caminho que estava a ser trilhado e que tinha o benefício claro de unir Santa Maria às outras ilhas dos Açores, via marítima”.
“Compreendemos que durante esta fase de pandemia esse serviço não se faça, mas não podemos aceitar que durante os próximos dois ou três anos, Santa Maria seja totalmente excluída desse serviço, que é um serviço público, que deve manter-se público e ao serviço de todos e sobre o qual, nós Marienses, também o pagamos através dos nossos impostos”, acrescenta a socialista.
Para Bárbara Chaves, excluir Santa Maria deste novo contrato de serviço público não é só e apenas dizer que os Marienses não poderão deslocar-se a São Miguel e às outras ilhas por mar, mas sim dizer que “Santa Maria não merece receber turistas via marítima; que a carga rodada que Santa Maria envia para outras ilhas, não será possível; mas também que as famílias de Santa Maria não poderão ir a São Miguel e, comodamente, levar o seu carro”.
Mas de acordo com a Socialista, ao excluir a ilha deste serviço “estamos ainda a dizer que os intercâmbios e as viagens feitas por centros de convívio de São Miguel, não vão poder acontecer; que os nossos festivais de verão não vão ter a adesão de outros anos, simplesmente porque a SATA não vai conseguir fazer voos equivalentes ao número de passageiros transportados via marítima em épocas de festivais; mas que também os jovens que utilizavam esse transporte para eventos desportivos durante o verão, terão mais dificuldade em neles participar; que a logística de vinda das viaturas para o Rally de Santa Maria terá custos acrescidos, à semelhança do que acontece este ano; e que ainda todo o investimento feito no cais ferry, no reforço dos pilares e melhoria no edifício, foram simplesmente em vão e que poderá acabar por se tornar um mono em plena zona portuária”.
Segundo a Socialista, ficou demonstrado, mais uma vez, que para este Governo Regional do PSD/CDS/PPM nem todos contam, chegando mesmo, em alguns casos, a ficar para trás, “como aconteceu agora com os Marienses, fazendo relembrar tempos de má memória de governos dos anos 80”.
“Esta exclusão é, em nosso entender, um forte retrocesso para a ilha de Santa Maria, que nós, Partido Socialista, não podemos deixar passar em claro e não podemos, de forma alguma, aceitar, constituindo-se num total desrespeito para com os Marienses”, concluiu Bárbara Chaves.