O Presidente do PS/Açores considerou esta quarta-feira que a Região está a ficar para trás num conjunto de desafios aos quais a proposta de Plano e Orçamento para 2022 deveria dar resposta, razão pela qual Vasco Cordeiro anunciou não poderem votar favoravelmente o documento, por este não responder “àquilo que as famílias, as empresas e a sociedade açoriana necessitaria que estivesse a ser feito neste momento”.
Para o líder dos Socialistas, que intervinha na sessão pública promovida pelo PS/Terceira sobre o Plano e Orçamento para 2022, “o Governo Regional está distraído”, ocupando-se com a sua sobrevivência, em vez de atender, desde logo, a questões que visem a recuperação dos efeitos sociais e económicos da pandemia, dando como exemplo o setor do Turismo, mas também as questões sociais, os fenómenos de pobreza e de exclusão, “que exigem da parte das entidades públicas uma resposta adequada”.
Também ao nível do emprego, e manifestando preocupação por no terceiro trimestre deste ano a Região estar, em termos de taxa de desemprego, acima da média nacional, Vasco Cordeiro alertou para a importância de se tomarem medidas “para evitar que a situação saia de controlo”. Já em relação à saúde, e defendendo que há um conjunto de áreas que exigem uma atenção especial de forma que seja recuperada a prestação de cuidados, o Socialista criticou o facto de que, entre a Anteproposta e Proposta do Plano, o Governo tenha cortado “75 milhões no Serviço Regional de Saúde”.
Dando ainda como exemplo da atual conjuntura as questões direcionadas para a “transição climática”, a “transição digital”, as “perturbações nas cadeias logísticas” ou o “desafio estrutural relacionado com a demografia”, Vasco Cordeiro alertou para o facto de o Plano e Orçamento para 2022 deixar a Região também para trás nestas matérias, bem como no que aos fundos comunitários diz respeito.
“A Região tem entre 2021 e 2027 mais de 3 mil milhões de euros de fundos comunitários para aproveitar, somando as várias componentes. Precisávamos de ter uma administração especialmente ágil, habilitada, de forma a poder executar estes fundos. O que nos dizem as propostas de Plano e Orçamento para 2022 neste domínio? Dizem que os Açores estão a ficar para trás”, assegurou o Socialista, para destacar que as famílias e empresas açorianas correm, pela primeira vez, o risco de ver a Região perder fundos, “num quadro comunitário em que nós deveríamos manter este galardão de ser uma Região exemplar, como fomos até há muito recentemente, na execução de fundos comunitários”.
De acordo com o Socialista, os Açores precisam de um Governo “que esteja focado nestes aspetos e preocupado em dar as melhores respostas àquelas que são as tempestades que se avolumam no horizonte”.
Para o Socialista, é mais do que tempo de refletir, “porque estamos a falar de famílias e empresas dos Açores que sofrem na pele as consequências de más opções, de instabilidade e de não ter, no fundo, um Governo que não puxa a Região para baixo, mas que pelo contrário, puxa a Região para cima”.
Na ocasião, e salientando que este Governo está a aplicar “políticas, medidas e soluções que vem do tempo do PS”, Vasco Cordeiro defendeu que as soluções devem agora ser diferentes, reforçando que “uma das críticas mais fortes que se pode a este Governo é a de ele não querer, ou não ser capaz, de mudar aquilo que o PS mudaria se fosse governo”.
“As soluções e políticas que foram implementadas não servem agora. É preciso ter outras soluções que vão encontro das necessidades que a Região sente agora e isso não está a ser feito, porque o Governo está a olhar para dentro e para trás, em vez de olhar para fora e para a frente”, afirmou o Presidente do PS/Açores.