Na sequência de um conjunto de auscultações que José Gabriel Eduardo realizou, esta semana, na ilha das Flores, para analisar as propostas de Plano e Orçamento de 2022, o deputado do Partido Socialista, conclui: “Confirma-se que o Plano e o Orçamento de 2022 não servem os Açores, e muito em concreto, os Florentinos porque, para além da falta de credibilidade de um documento que tem 495 milhões de receitas fictícias, as propostas do Governo não respondem aos problemas que se vão colocar com os aumentos de preços e a falta de bens”.
O deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores, eleito pela ilha das Flores, reuniu esta semana com diversos agentes locais, incluindo, empresas de construção, comerciantes e com entidades representativas do setor das pescas (Associação Pescadores) e da agricultura (Associação Agrícola e Cooperativa Ocidental), tendo sido por estes apresentados “diversas preocupações no que diz respeito aos transportes marítimos, nomeadamente com a falta de previsibilidade do horário de chegada que prejudica sobremaneira os comerciantes locais que nunca sabem quando podem colocar no mercado os produtos que recebem”.
José Gabriel Eduardo realça que “vivemos momentos de incertezas quanto aquilo que mundialmente já é notícia e já está a afetar alguns países”, como por exemplo, “a falta de matérias-primas e de bens que vão, obviamente, originar uma escalada dos preços”. Aliás, acrescenta, “isso também já está a acontecer nos Açores, nomeadamente com os combustíveis e vai agravar-se com o aumento dos custos de produção”.
“A escassez destes produtos, mas não só, originará um consequente aumento da inflação e, certamente, aumento de taxas de juro que implicarão com todo o setor empresarial”, adianta o parlamentar, confirmando “a preocupação e receios que os Florentinos sentem e a necessidade de se saber como vai o Governo preparar-se para que os Açores possam lidar com estas situações”.
“De facto não sabemos o que está pensado, o que vai ser feito, como vamos conseguir enfrentar estes perigos que, repito, tal como já está a acontecer em algumas regiões, também vai afetar os Açores e em concreto a nossa ilha”, lamenta o deputado do PS/Açores.
Em relação ao buraco de 495 milhões de euros que existe nas Proposta de Plano e Orçamento para 2022, José Gabriel Eduardo, sublinha a necessidade do Governo “esclarecer de forma assertiva e transparente” o que se passa com estas verbas. “O Partido Socialista já deu conta da importância de serem prestados esclarecimentos, mas o Governo prefere fazer ataques em vez de esclarecer os Açorianos”.
“O facto de ninguém, nem Governo nem partidos que o suportam, vir desmentir os factos apresentados pelo Partido Socialista, agrava ainda mais a nossa preocupação”, sublinha.
“Não explicar como se prevê recorrer a 170 milhões de euros de endividamento, quando esse valor ultrapassa 50% do PIB da Região, o que não é permitido por lei. Não explicar como é que se calculam, pasme-se, 20 milhões de receitas fiscais. Não explicar como é que a Região vai, supostamente, receber 35 milhões do Orçamento de Estado para os estragos do Lorenzo, quando foi o próprio presidente do Governo Regional a abdicar desse valor e quando é suposto serem verbas da Europa…enfim, a falta de respostas a estas e outras dúvidas, legítimas e já amplamente justificadas, é lamentável”, conclui.