O líder parlamentar do PS questionou diretamente, esta terça-feira, o Presidente do Governo Regional sobre as negociações entre os partidos de direita para viabilizar o Plano e Orçamento para 2022, afirmando que as suas negociações “já estão concluídas”, restando agora saber “a que custo?”.
Vasco Cordeiro falava na Assembleia Regional, na Horta.
O presidente do GPPS concedeu que “esta solução governativa obriga a negociações”, mas contestou que essas negociações “sejam à socapa, sejam pouco transparentes, que criem a ilusão que não se cede, quando já está tudo combinado para que se ceda”, concluindo que “isso é enganar os Açorianos”.
“O que estamos a assistir é a um jogo de sombras, em que cada um acha que se o outro não souber que cedeu, está tudo bem. E o problema está aí, na opacidade, na falta de transparência das negociações a que se tem assistido para que este Governo, pura e simplesmente, se mantenha no poder”, realçou.
Vasco Cordeiro acusou os partidos da direita de transformarem o Plano e Orçamento em “algo de secundário”, porque “o que interessa é sair desta sala com o Governo ainda em funções, sem estes documentos reprovados, sem interessar qual é o custo”.
A questão é “saber se o Sr. Presidente do Governo aceitou ceder à chantagem que um partido desta casa lhe entendeu formular, publicamente, na passada sexta-feira”.
Vasco Cordeiro confrontou José Manuel Bolieiro com a remodelação governamental anunciada pelo CHEGA em conferência de imprensa e com os ultimatos dados por aquele partido sobre a extinção da SATA Internacional e com a proposta de criar apoios à natalidade “só para ricos”.
“Que resposta deu o Governo a estas questões? Silêncio absoluto. Estes são aspetos que continuam pendentes e que são essenciais para o debate da proposta de Plano e Orçamento”.
O líder parlamentar socialista acusou, ainda, o Governo de assumir um “comportamento arrogantemente típico de uma maioria absoluta”, exemplificando com “o que se passou com as agendas mobilizadoras e com os fundos para 2030”.
Sobre os documentos em análise, Vasco Cordeiro realçou que “há questões principais que já foram colocadas pelo PS que ainda não estão esclarecidas, do ponto de vista de opções políticas estratégicas para o desenvolvimento da Região” e que, até agora, foram respondidas pelo Governo “com o mais puro e esclarecedor silêncio”.
“A aprovação deste Plano e deste Orçamento significará que este Governo aceitou submeter-se e subordinar-se às condições que lhe foram impostas na passada sexta-feira. Não conte com o PS com essa farsa, nem para esse jogo de sombras”, realçou Vasco Cordeiro.