A vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS realçou esta terça-feira que “o Governo Regional opta por não dar prioridade ao investimento na Ciência, quando esta deve ser um motor de inovação e desenvolvimento para a economia dos Açores”.
Sandra Dias Faria falava na cidade da Horta, onde decorre esta semana o debate e votação da proposta de Plano e Orçamento para 2022.
A deputada socialista realçou que “ao longo deste debate tem sido recorrente a referência à importância do crescimento económico, da inovação, de encontrarmos respostas para os desafios que a nossa Região encara a nível social e económico”, mas “depois, o que verificamos é uma redução do investimento na Ciência”.
Sandra Dias Faria exemplificou com a redução do investimento em “Infraestruturas, projetos e atividades no âmbito das entidades do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores, que em 2021 foi de mais de 3,5 milhões de euros e em 2022 não chega a 3 milhões e que, mesmo assim, pode-se nem chegar a este valor, considerando o volume de receitas fictícias deste orçamento”.
A deputada do PS criticou, ainda, que o Executivo regional tome como critério único a classificação atribuída pela FCT para o Reequipamento dos Centros de Investigação, fazendo “tábua rasa” da estratégia RIS3, lançada em 2014, após um processo amplamente participado, envolvendo a Academia, empresários, entidades governamentais, ou seja, a Sociedade Civil.
Sandra Dias Faria lamentou o “desprezo reiterado por parte deste Governo por estes processos de participação pública, como se viu com as Agendas Mobilizadoras e agora com o Acordo de Parceria a estabelecer entre o país e a União Europeia para a aplicação dos Fundos Comunitários 2021-2027, num valor de 1.140 milhões de euros dos fundos europeus destinados aos Açores”.
A parlamentar socialista questionou a Secretária Regional sobre qual a estratégia para dar resposta aos desafios que a Região enfrenta na Agricultura, na Agroindústria, nas Pescas, no Ambiente, no Turismo” e “qual a orientação para o investimento científico com retorno?” sem obter, contudo, resposta.
Sandra Dias Faria lembrou, ainda, que “este é um exemplo de política sem estratégia, em que são penalizados Centros de Investigação com reconhecido trabalho, de décadas, nas áreas de interesse para o desenvolvimento da Região”.
“Como se não bastasse as receitas deste Orçamento serem insuficientes para as despesas orçamentadas, ainda temos um Governo sem estratégia, de costas voltadas para os Açores e para os Açorianos”, lamentou a vice-presidente do GPPS, Sandra Dias Faria.